Uso prolongado do losartan aumenta a sobrevida e melhora a função cardíaca mas não a muscular esquelética em camundongos com distrofia muscular

10 de julho de 2011 by Izabel Gavinho

USA – o losartan tem sido estudado para tratamento da distrofia muscular com o objetivo de melhorar a força muscular e preservar o coração. Neste estudo em camundongos os autores utilizaram o losartan por tempo prolongado e observaram aumento da sobrevida e melhora da função cardíaca e redução da fibrose; no entanto não houve alteração significativa nos músculos esqueléticos, contrastando com estudos de outros autores.

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Tradução:

A distrofia muscular de Duchenne é uma doença degenerativa que afeta tanto a musculatura esquelética quanto a cardíaca, e para a qual não há terapia efetiva.

O bloqueio de receptores da angiotensina (BRA) apresenta excelente potencial terapêutico. A terapia foi recentemente aplicada a camundongos modelo da DMD (mdx), em um período de seis a nove meses, e os dados demonstram ter havido atenuação na progressão da doença.

Uma vez que a principal causa de óbitos na DMD está relacionada a problemas cardíacos, é importante avaliar o efeito de qualquer novo tratamento ao coração. Em vista disso avaliamos o impacto a longo prazo dos BRA no fenótipo das musculaturas cardíaca e esquelética de camundongos mdx. Durante dois anos camundongos receberam ou losartan (0,6 g/L) (n=8), ou água potável (n=9), e depois foram submetidos a exames de ecocardiografia para avaliar a função cardíaca. Foram avaliados peso muscular, morfologia, e função muscular, e a fibrose no diafragma e no coração foi avaliada por meio de corante tricrômico, e por teor tecidual de hidroxiprolina.

Em relação ao objetivo de avaliação do estudo, 88% dos camundongos tratados continuaram vivos, enquanto que apenas 44% dos não tratados (p=0,05) sobreviveram. Com relação à musculatura esquelética, não foi notada nenhuma alteração na morfologia, função ou fibrose nos animais tratados, mas a função cardíaca foi significativamente preservada, com tendências ne diminuição da fibrose cardíaca.

Com relação à musculatura esquelética não identificamos mudanças na progressão da doença, o que indica que a longo prazo, nesses músculos, outros mecanismos ativadores de fibrose têm maior influência do que a angiotensina II.

Nosso estudo sugere que o bloqueio de receptores da angiotensina (BRA) pode representar um tratamento profilático importante para a cardiomiopatia associada à DMD, mas não influenciará a doença nos músculos esqueléticos.

Tradução : Marcelo D. P. de Oliveira. contato: trad.mdpo”arroba”gmail.com

Fonte: http://distrofiamuscular.net/noticias.htm

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