As Arritmias

27 de maio de 2012 by Izabel Gavinho

O que é

As arritmias são alterações no ritmo cardíaco que na maioria das vezes acontecem de forma inesperada. Na maioria das pessoas os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 80 por minuto, com variações nas situações de repouso ou esforço físico. Alterações nesse funcionamento podem fazer o coração bater em ritmo acelerado (taquicardia) ou lento demais (bradicardia). Muitas são benignas e não causam sintomas, porém outras podem provocar sensação de palpitações, desmaios e risco de morte.

As arritmias podem se originar na parte superior (átrios ou supraventriculares) ou inferior do coração (ventrículos). Dentre as arritmias supraventriculares destacam-se as extra-sistoles atriais; taquicardia atrial, flutter e fibrilação atrial. A fibrilação atrial é bastante freqüente na prática clínica. Trata-se de uma alteração no ritmo cardíaco, com contrações rápidas e não coordenadas dos átrios, que atinge boa parte da população na terceira idade.

Nos ventrículos, a mais frequente é a extra-sístole, batida precoce que se assemelha a uma batida a mais no coração. Em casos raros, pode evoluir para a taquicardia ventricular e desencadear uma incapacidade dos ventrículos de impulsionar o sangue adequadamente para o organismo, podendo levar a perda da consciência e necessidade de atendimento imediato. Em casos extremos ela pode levar à fibrilação ventricular, uma das principais causas de parada cardíaca e morte cardíaca súbita no mundo. Cerca de 90% desses casos poderiam ser evitados se fossem diagnosticados precocemente.

Causas

Para o coração funcionar normalmente é preciso que um estímulo elétrico, gerado no nódulo sinusal, chegue ao coração de forma organizada. Quando existe falha na origem e condução desse estímulo, ou quando aparecem estímulos em outras partes do coração, há uma desorganização da atividade elétrica cardíaca, ocasionando uma arritmia.

O ritmo das batidas do coração pode ser modificado pelo uso de medicamentos ou por condições como disfunção da tireóide, anemia, desidratação, infecções, estresse, atividade física e ansiedade.

Sintomas

Os principais são palpitações, fraqueza, tonturas, sudorese, desmaios, confusão mental, falta de ar, mal-estar e sensação de peso no peito.

Em casos graves, a arritmia pode levar à formação de coágulos no coração, provocando um acidente vascular cerebral (AVC) ou ao comprometimento da função cardíaca levando à morte cardíaca súbita. Nesses casos, o atendimento médico imediato é fundamental.

Diagnóstico

Primeiramente é feita uma avaliação clínica e exame físico. Em alguns casos é preciso uma investigação mais detalhada, como o teste ergométrico, eletrocardiograma, o Holter – que registra o batimento cardíaco do paciente em suas atividades cotidianas 24 horas por dia, ou o Web-Loop, chamado monitor de eventos, capaz de transmitir o traçado eletrocardiográfico, por meio da internet, no momento do sintoma.

Quando não é possível identificar o problema por esses métodos não invasivos, a opção é o estudo eletrofisiológico, em que cateteres com eletrodos são inseridos na veia femural na altura da virilha e colocados em posições estratégicas do coração para que seja feito o mapeamento elétrico e localizado o foco de origem da arritmia.

Tratamento

O tratamento depende do tipo, frequência e grau da arritmia. Pode envolver desde o uso de medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, a realização da ablação por cateter, procedimento em que se aplica energia de radiofrequência para eliminar ou atenuar focos de arritmias.

Nos casos de bradicardias, os marcapassos – equipamentos que emitem impulsos elétricos para corrigir falhas no ritmo dos batimentos – podem ser implantados embaixo da pele. Com o avanço tecnológico esses aparelhos são muito pequenos, não comprometendo o estilo de vida do paciente.

Já nos pacientes de taquicardia ventricular, pode ser implantado um desfibrilador automático, que faz a detecção do ritmo cardíaco alterado e corrige a pulsação, através da emissão de um choque para trazer o coração à frequência normal.

Em casos extremos, é necessária a realização de cirurgias. Atualmente já existem técnicas que possibilitam a correção das arritmias sem necessidade de abrir o tórax do paciente, reduzindo o tempo de recuperação e melhorando a qualidade de vida do paciente. Desde 2010, o Einstein realiza o método minimamente invasivo também com o auxílio de um robô. Por meio de um console, o cirurgião maneja os “braços” para realizar a cirurgia. O equipamento traz maior destreza, precisão, segurança e possui um sistema de captação de imagens digital de altíssima resolução.

A cirurgia robótica também pode ser associada à ablação por cateter, para o tratamento da fibrilação atrial. É a terapia híbrida, usada em pacientes que não respondem às demais técnicas.

Prevenção

Além da prática de exercícios físicos e alimentação balanceada (baixa ingestão de sal e gorduras), é essencial a avaliação médica regular (check-up) e o controle de fatores de risco de doenças como diabetes, obesidade, hipertensão e tabagismo.

Revisão médica: Dra. Fátima Cintra, cardiologista e coordenadora do Centro de Arritmia do Einstein

Publicado em março de 2012

Fonte: http://www.einstein.br/espaco-saude/doencas/Paginas/tudo-sobre-arritmias.aspx

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