Inglaterra – Neste artigo o autor faz uma revisão das várias técnicas de terapia gênica em estudo para tratamento de distrofia muscular de Duchenne. Os conhecimentos adquiridos nos últimos quatro anos possibilitam que estudos clínicos já possam ser realizados.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/principal.htm

* Artigo no PubMed



Austrália – Aumentar a regeneração dos músculos é uma alternativa experimental para tratamento da distrofia muscular de Duchenne. Neste estuda a regeneração muscular com o uso do IGF-1, uma proteína presente no nosso organismo. Ela foi administrada a camundongos com lesão muscular de duas formas: no primeiro grupo foi administrada a própria proteína e no segundo grupo foi administrado o gene que faz a célula produzir IGF-1. A comparação dos resultados demonstrou que a administração do gene do IGF-1 promove regeneração maior que o observado com a administração da proteína diretamente.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/principal.htm

* Artigo no PubMed



Inglaterra – “O cientista mais famoso do mundo, que só consegue se comunicar com outras pessoas por meio de um computador e um sintetizador de voz, atacou o governo de George W. Bush e classificou de “reacionária” a restrição às pesquisas com células-tronco embrionárias nos EUA. O físico britânico Stephen Hawking, 64, autor de idéias revolucionárias sobre a história do Universo e a estrutura dos buracos negros, é portador de esclerose lateral amiotrófica, doença que afeta severamente o controle dos músculos e que há décadas o mantêm preso a uma cadeira de rodas. Ele fez seus comentários às vésperas de uma votação na qual a União Européia poderia banir o financiamento à pesquisa com embriões humanos. “A Europa não deve seguir a liderança reacionária do presidente Bush”, disse ele por e-mail. “A pesquisa com células-tronco é a chave para o desenvolvimento de curas para doenças degenerativas como o mal de Parkinson e as moléstias que afetam os neurônios motores, das quais eu e muitas outras pessoas sofrem”, declarou Hawking, que hoje é o professor da mesma cátedra da Universidade de Cambridge ocupada por Isaac Newton no século 17. As células-tronco embrionárias são capazes de assumir a função de qualquer tecido do organismo, com grande potencial para reconstruir órgãos lesados. Mas, para obtê-las, é preciso destruir o embrião, o que muitos consideram igual a um assassinato. “O fato de que as células vêm de embriões não é uma objeção, porque os embriões vão morrer de qualquer maneira”, rebateu Hawking, referindo-se ao fato de que a intenção dos pesquisadores é usar os embriões que sobram das clínicas de fertilização. “Em termos morais, é o equivalente de se usar o coração de uma vítima de um acidente de carro para um transplante.” Hawking, porém, negou que estivesse argumentando em interesse próprio. “Fico feliz que as pessoas agora estejam usando células-tronco para tratar doenças do neurônio motor, mas não estou prendendo minha respiração por causa disso”, escreveu ele, lembrando que terapias viáveis com a técnica ainda estão distantes. Nos EUA, um veto de Bush (o primeiro de sua carreira presidencial) deteve o financiamento federal das pesquisas. Na Europa, um acordo entre os países-membros permitiu que os fundos da UE fossem usados para isso.”

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/principal.htm



Senador deficiente há 24 anos passou por cirurgia com células-tronco

Rio – Paraplégico há 24 anos, o senador colombiano Jairo Clopatofsky, 44, voltou a dar ontem os seus primeiros passos ao lado do filho de oito meses. Há um ano, o político se submeteu a um transplante de células-tronco na Clínica Reina Sofía, em Bogotá. Jairo passou pela cirurgia de regeneração medular com células-tronco retiradas da mucosa olfativa.

O senador afirmou ontem que o sucesso do experimento pode abrir portas para outras pessoas em situação semelhante. Jairo passou mais da metade de sua vida em uma cadeira de rodas, depois que sofreu um acidente de carro em 1982.

Apesar de já ensaiar os primeiros passos, Jairo disse à Rádio Caracol, da Colômbia, que resultados melhores devem aparecer nos próximos dois anos. “Estou reaprendendo a andar com meu bebê. Talvez em pouco tempo possamos andar os dois, de mãos dadas”, disse o senador, que está usando botas especiais para ajudá-lo a se manter de pé e facilitar o processo de recuperação.

Há alguns meses, o parlamentar apresentou um projeto de lei que visa incluir no sistema de saúde de seu país procedimentos de transplante de células-tronco. A medida poderia ajudar os cerca de 800 mil deficientes que vivem na Colômbia — a maioria deles vítimas da violência e de acidentes.

A técnica de regeneração medular com células-tronco usada no procedimento no senador foi desenvolvida pelo neurologista português Carlos Lima e consiste na retirada de células da mucosa olfativa do paciente, localizada a um milímetro da massa encefálica. Essas células têm alto poder de regeneração das conexões perdidas. A pesquisa começou em 2001. Desde então, pelo menos 45 pessoas, vítimas de lesão medular, já foram submetidas à técnica, com bons resultados — muitos deles recuperaram a sensibilidade perdida nos membros afetados.

Nos EUA, o presidente George W. Bush vetou ontem o projeto de lei que ampliaria os fundos públicos para pesquisas com células-tronco embrionárias. “Este projeto apoiaria a destruição de vidas humanas com a esperança de encontrar benefícios médicos para outras e ultrapassa um limite moral que nossa sociedade deve respeitar”, alegou. O desafio do Congresso agora é reunir votos suficientes para anular o veto de Bush.

Notícia dá esperança a jovem carioca

A notícia do colombiano que voltou a andar depois de um ano, graças a um transplante de células-tronco, encheu de esperança Ana Lúcia Magalhães Lima. Ela é mãe da estudante Camila Magalhães Lima, 20 anos, tetraplégica desde os 12, quando foi atingida por uma bala perdida em Vila Isabel. Camila foi aprovada para fazer um transplante do mesmo tipo realizado no senador, em Portugal, com o neurocirurgião Carlos Lima.

“Isso só nos dá a certeza de que Deus não nos abandonou e que estamos no caminho certo”, afirma a mãe.

A cirurgia de Camila em Portugal já foi marcada para o dia 30 de setembro. O advogado da família, João Tancredo, entrou com recurso na 5ª Vara da Câmara Cível, onde aguarda julgamento. O processo pede a liberação de 40 mil euros, quantia equivalente ao pagamento da cirurgia e de passagens aéreas. “Só espero que as autoridades não sejam desumanas e neguem à Camila a única chance de cura que ela tem”, destaca Ana Lúcia.

Fonte: http://odia.terra.com.br/ciencia/htm/geral_47638.asp



GAINESVILLE, Flórida, USA
17 de Julho de 2006

Pesquisadores na Flórida afirmam ter utilizado terapia genética para reverter contrações musculares em um modelo animal (camundongo) da distrofia miotônica.

Cientistas da Universidade da Flórida informaram ter obtido sucesso na reversão das contrações musculares de um camundongo usado como modelo animal da forma mais comum de distrofia muscular com início na fase adulta – a distrofia miotônica. Ela manifesta-se em um de cada 8.000 adultos e causa a perda da habilidade do músculo em relaxar após contrair-se.

Dr. Maurice Swanson diz: “Um dos principais sintomas da doença é a miotonia ou hiper-excitabilidade do músculo. Quando o portador da doença contrai um músculo do braço, por exemplo, é muito difícil relaxa-lo novamente”

Os músculos enfraquecem progressivamente e eventualmente são perdidos, sendo que a doença afeta também a musculatura cardíaca. A doença é causa de irregularidades no ritmo cardíaco, que podem levar à morte súbita, e é associada também a cataratas, perda prematura dos cabelos e a um leve a moderado retardo mental.

O estudo foi publicado essa semana no “Proceedings of the National Academy of Sciences”

Fonte: http://www.upi.com/NewsTrack/view.php?StoryID=20060717-071544-5350r



Japão – a maioria dos estudos experimentais utiliza o camundongo mdx que é deficiente em distrofina; nesta pesquisa foram comparados os resultados do transplante de medula óssea em camundongos mdx e camundongos com uma forma de distrofia congênita (deficiência em laminina alfa 2). Os camundongos com distrofia muscular congênita tratados com transplante de medula óssea apresentaram maior taxa de crescimento, aumento de força muscular, melhora da função respiratória e maior sobrevida. Os camundongos mdx apresentaram expressão da distrofina em algumas fibras mas não tiveram nenhuma melhora com o tratamento. O resumo em inglês do artigo pode ser lido abaixo:

IN PRESS: FEBS, 2006 Bone marrow transplantation improves outcome in a mouse model of congenital muscular dystrophy

Hiroki Hagiwaraa, Yutaka Ohsawaa, Shoji Asakurab, Tatsufumi Murakamia, Takanori Teshimac, Yoshihide Sunadaa – Japan

We examined whether pathogenesis in dystrophin-deficient (mdx) mice and laminin-a2-deficient (dy) mice is ameliorated by bone marrow transplantation (BMT). Green fluorescent protein (GFP) mice were used as donors. In mdx mice, BMT failed to produce any significant differences in muscle pathology, although some GFP-positive fibers with restored dystrophin expression were observed. In contrast, in the dy mice, BMT led to a significant increase in lifespan and an increase in growth rate, muscle strength, and respiratory function. We conclude that BMT improved outcome in dy mice but not mdx mice.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



Itália – neste estudos os pesquisadores utilizaram camundongos deficientes em alfa-sarcoglicans, expressando uma forma de de distrofia tipo cinturas; eles injetaram nestes camundongos os mesangioblastos que são células tronco de vasos sanguineos; os mesangioblastos foram previamente expostos a muitas substâncias antes de serem injetados nos camundongos; mais de 80% das fibras passaram a expressar a alfa-sarcoglican, com aumento superior a 5 vezes os animais do grupo controle. Este estudo define um modo de estimular estas células a se transformar em células musculares e com um resultado que permita corrigir as alterações degenerativas dos músculos.

Leia a notícia na íntegra.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



USA – pacientes adultos com distrofia muscular de Duchenne precisam de maiores cuidados de saúde. Esta população está aumentando e neste artigo os autores revisam a literatura médica sobre o assunto, incluindo a experiência deles no tratamento de 23 adultos na faixa dos 19 aos 38 anos. Aproximadamente 25% se utiliza de doses moderadas de corticóides. Exercícios são necessários em especial para as mãos. O diagnóstico precoce e o tratamento da doença cardíaca é fundamental. Cuidados respiratórios com ventilação mecânica não invasiva e assistência da tosse também são recomendados. Atenção também deve ser dada à osteoporose, aos sintomas digestivos e urinários. O tratamento multidisciplinar com a participação de vários especialistas e profissionais de saúde é recomendável. O resumo em inglês do artigo pode ser lido abaixo:

(IN PRESS: Biochimica et Biophysica Acta (BBA) – Molecular Basis of Disease, 2006) Current Treatment of Adult Duchenne Muscular Dystrophy

Kathryn R. Wagner, Noah Lechtzin and Daniel P. Judge – USA

Patients with Duchenne muscular dystrophy (DMD) are living longer into adulthood due to a variety of improvements in health care practices. This growing patient population presents new therapeutic challenges. In this article, we review the literature on current treatment of adult DMD as well as our own experience as a multidisciplinary team actively caring for 23 men ages 19 -38 years of age. Approximately one quarter of our adult DMD patients have remained on moderate dose corticosteroids. Daily stretching exercises are recommended, particularly of the distal upper extremities. Cardiomyopathy is anticipated, detected, and treated early with afterload reduction. Oxygen saturation monitoring, noninvasive positive pressure ventilation and cough assist devices are routinely used. Other medical issues such as osteoporosis, gastrointestinal and urinary symptoms are addressed. Current and future therapies directed at prolonging the lifespan of those with DMD will result in further increases in this adult population with special needs and concerns. These needs are best addressed in a multidisciplinary clinic.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



Itália – os autores descrevem a propriedade das células tronco do tecido adiposo em se transformar em tecido muscular. Estas células a fresco tem potencial em se transformar em células muscular expontaneamente. Se elas forem cultivadas com mioblastos este potencial aumenta, em especial se forem colocadas no mesmo recipiente. Alem disso em camundongos com distrofia muscular estas células tem a capacidade de regenerar as fibras musculares e restaurar a expressão da distrofina. O resumo em inglês do artigo pode ser lido abaixo:

(IN PRESS: J. Cell Sci., Jul 2006; 119: 2945 – 2952) Myogenic potential of adipose-tissue-derived cells

Giuliana Di Rocco, Maria Grazia Iachininoto, Alessandra Tritarelli, Stefania Straino, Antonella

Zacheo, Antonia Germani, Filippo Crea and Maurizio C. Capogrossi – Italy

Adipose-tissue-derived mesenchymal stem cells can be directed towards a myogenic phenotype in vitro by the addition of specific inductive media. However, the ability of these or other adipose-tissue-associated cells to respond to `natural’ myogenic cues such as a myogenic environment has never been investigated in detail. Here, we provide evidence that a restricted subpopulation of freshly harvested adipose-tissue-derived cells possesses an intrinsic myogenic potential and can spontaneously differentiate into skeletal muscle. Conversion of adipose-tissue-derived cells to a myogenic phenotype is enhanced by co-culture with primary myoblasts in the absence of cell contact and is maximal when the two cell types are co-cultured in the same plate. Conversely, in vitro expanded adipose-tissuederived mesenchymal stem cells require direct contact with muscle cells to generate skeletal myotubes. Finally, we show that uncultured adipose-tissue-associated cells have a high regenerative capacity in vivo since they can be incorporated into muscle fibers following ischemia and can restore significantly dystrophin expression in mdx mice.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



TUCSON, Arizona, USA
5-Jul-2006

A Associação Americana de Distrofia Muscular (MDA) anunciou hoje que cientistas da Universidade de Washington, Seattle, conseguiram pela primeira vez, e de forma consistente, melhorar o estado geral e a expectativa de vida de camundongos portadores de uma forma severa de distrofia muscular, por meio da administração sistêmica de novos genes para a produção de uma proteína faltante.

“O resultado é extraordinário porque esses camundongos altamente afetados pela doença representam uma barreira difícil de superar no caminho por uma terapia genética, e são os que mais se aproximam da distrofia muscular de Duchenne, apresentada em humanos”, afirma Sharon Hesterlee, Diretora de pesquisa e desenvolvimento da MDA.

Em um trabalho publicado hoje no prestigioso jornal “Nature Medicine”, uma equipe conduzida por Jeffrey Chamberlain, e onde participa também Paul Gregorevic, ambos pesquisadores financiados pela MDA, foi descrito de que forma uma única injeção de micro-genes (genes altamente miniaturizados) da proteína distrofina restaurou a estrutura muscular e funcional de músculos esqueléticos de camundongos, ao longo de todo o organismo, incluindo diafragma e coração.

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é causada pela falta da proteína distrofina, e é a forma mais comum de distrofia em crianças. A falta da distrofina leva a uma deterioração progressiva da força dos músculos voluntários, e também dos músculos que controlam as funções respiratória e cardíaca, e pode provocar a morte por volta dos 30 anos de idade.

Devido ao fato de ser uma doença ligada ao cromossomo X, a distrofia afeta quase que exclusivamente meninos, embora meninas apenas portadoras também possam vir a apresentar sintomas.

Os pesquisadores da Universidade de Washington encapsularam genes de micro-distrofina produzidas em laboratório, dentro de um adenovirus tipo 6, um vírus inofensivo que serve de veículo, e os administraram em um camundongo de 1 mês de idade, que não era capaz de produzir distrofina nem uma proteína similar a ela, a utrofina. Sem essas proteínas, o animal desenvolve uma severa distrofia muscular que assemelha-se em muito com a humana.

Cerca de quatro meses após a injeção, os pesquisadores encontraram ampla produção de distrofina no diafragma, que foi capaz de resistir a testes de contração induzida quase tão bem quanto os de camundongos saudáveis. Além disso a produção de distrofina foi restaurada também no coração.

Quando a equipe analisou um músculo da perna, viram que a distrofina havia sido restaurada, as fibras musculares haviam aumentado 85% em tamanho, a massa muscular havia aumentado em mais de 90%, ao passo que a capacidade de produzir força e de resistir a ferimentos haviam aumentado também. E eram capazes de se exercitar nas rodas existentes nas gaiolas, ao passo que os camundongos não tratados não conseguiam.

Com relação à longevidade, 8% dos camundongos não tratados morreram com 4 meses de idade, enquanto os que haviam recebido o tratamento viveram 10 meses.

Dr. Chamberlain diz “Acreditamos que esse trabalho suporta a teoria de que terapias genéticas podem ser uma forma de tratamento altamente efetiva para distrofia muscular. Nosso desafio agora passa a ser testar esse método na clínica, em seres humanos, o que irá necessitar de estudos cuidadosos quanto à segurança e praticidade da técnica antes de poder ser usada em pacientes.”

Fonte: http://www.mda.org/research/060705systemic_therapy.html

 


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