17 de junho de 2012 Izabel GavinhoNotícias

USA – inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) e beta bloqueadores são drogas utilizadas no tratamento da cardiomiopatia da distrofia muscular de Duchenne. Esta pesquisa foi com 42 pacientes com Duchenne e queapresentavam cardiomiopatia. Os pacientes tratados com IECA e receberam beta bloqueadores se a frequência cardíaca superava os 100 batimentos por minuto. Houve um significativo aumento da função cardíaca com IECA não havendo diferença significativa entre os que receberam só IECA ou IECA+ beta bloqueadores.

O resumo em inglês pode ser lido abaixo:

(Am J Cardiol 2012;110:98–102) Effects of Angiotensin-Converting Enzyme Inhibitors and/or Beta Blockers on the Cardiomyopathy in Duchenne Muscular Dystrophy

Laurence Viollet, Philip T. Thrush, Kevin M. Flanigan, Jerry R. Mendell, Hugh D. Allen – USA

Cardiomyopathy is a consequence of Duchenne muscular dystrophy (DMD). Suggested treatments include angiotensin-converting enzyme (ACE) inhibitors and/or blockers (BBs), but few large series have been reported. We present 42 patients with DMD and
cardiomyopathy treated with an ACE inhibitor or an ACE inhibitor plus a BB. Serial echocardiograms were recorded. Adequate ejection fractions (EFs) were obtained at initiation of therapy (EF <55%). ACE inhibitor dosage adjustments were made if a continued decrease in EF was noted. BB therapy was initiated when average heart rate on Holter monitoring exceeded 100 beats/min. Data were analyzed using paired t test and linear regression. Before ACE inhibition, patients (n = 22) demonstrated decreased EF over time (r2= 0.23). At ACE inhibitor therapy initiation, mean age was 14.1 + 4.6 years and mean EF was 44.2 + 6.8%. BB therapy was used in 24 of 42 patients. Mean age for the ACE inhibitor BB group was 15.7 + 3.9 years. The 2 groups showed significant improvement (p <0.0001 for ACE inhibitor and ACE inhibitor plus BB) compared to the pretherapy group. No significant differences were noted between treatment groups. Patients with DMD demonstrated a gradual decrease in myocardial function. Treatment with ACE inhibitor or ACE inhibitor plus BB resulted in significant improvement compared to pretherapy. No significant difference occurred in EF improvement between treatment groups. In conclusion, treatment with ACE inhibitor or ACE inhibitor plus BB can delay progression of cardiomyopathy.

Fonte: http://distrofiamuscular.net/noticias.htm



10 de junho de 2012 Izabel GavinhoNotícias

Brasil – camundongos deficientes em LAMA-2 receberam por via sistêmica as células tronco mesenquimais, sem imunossupressão e com o uso concomitante do IGF-1, uma droga estimulante da regeneração muscular. Os animais apresentaram melhora da força muscular e redução das alterações patológicas da doença.

Leiam mais sobre a notícia aqui.

Texto do blog da Dra. Mayana Zatz na revista Veja.

Fonte: http://distrofiamuscular.net/noticias.htm



10 de junho de 2012 Izabel GavinhoNotícias

USA – o sildenafil tem sido testado em distrofia muscular experimental há um certo tempo para melhorar a função cardíaca, apesar de ter sido lançado como primeira droga útil para disfunção erétil. Neste estudo, os camundongos tratados por 14 semanas com sildenafil apresentaram melhora da força muscular do músculo diafragma e redução das alterações patológicas deste músculo. Sildenafil inibe a enzima fosfodiesterase 5 e aumenta os níveis de óxido nítrico.

Leiam mais sobre a notícia aqui.

Fonte: http://distrofiamuscular.net/noticias.htm



10 de junho de 2012 Izabel GavinhoNotícias

USA – nesta pesquisa os oligonucleotídeos foram acoplados a uma pequena proteína para aumentar a sua penetração nas células musculares. Os resultados de um ano de tratamento demonstraram que os animais apresentaram um significante aumento da distrofina muscular e cardíaca, superior ao observado com o uso dos oligonucleotídeos convencionais.

O resumo em inglês pode ser lido abaixo:

(American Journal of Pathology, 2012) Long-Term Rescue of Dystrophin Expression and Improvement in Muscle Pathology and Function in Dystrophic mdx Mice by Peptide-Conjugated Morpholino

Bo Wu, Peijuan Lu, Caryn Cloer, Mona Shaban, Snimar Grewal, Stephanie Milazi, Sapana N. Shah, Hong M. Moulton,Qi L. Lu – USA

Exon skipping is capable of correcting frameshift and nonsense mutations in Duchenne musculardystrophy (DMD). Phase 2 clinical trials in the United Kingdom and the Netherlands have reported induction of dystrophin expression in muscle of DMD patients by systemic administration of both phosphorodiamidate morpholino oligomers (PMO) and 2′-O-methyl phosphorothioate. Peptide-conjugated PMO (PPMO) offers significantly higher efficiency than PMO, with the ability to induce near-normal levels of dystrophin, and restores function in both skeletal and cardiac muscle. We examined 1-year systemic efficacy of PPMO targeting exon 23 in dystrophic mdx mice. The LD50 of PPMO was determined to be approximately 85 mg/kg. The half-life of dystrophin expression was approximately 2 months in skeletal muscle, but shorter in cardiac muscle. Biweekly injection of 6 mg/kg PPMO produced >20% dystrophin expression in all skeletal muscles and ≤5% in cardiac muscle, with improvement in muscle function and pathology and reduction in levels of serum creatine kinase. Monthly injections of 30 mg/kg PPMO restored dystrophin to >50% normal levels in skeletal muscle (but 15% in cardiac muscle), which was associated with greatly reduced serum creatine kinase levels, near-normal histology, and functional improvement of skeletal muscle. Our results demonstrate for the first time that regular 1-year administration of PPMO can be safely applied to achieve significant therapeutic effects in an animal model.

Fonte: http://distrofiamuscular.net/noticias.htm



5 de junho de 2012 Izabel GavinhoNotícias

Teste restrito aos Estados Unidos

A fase-2 do teste clínico da droga GSK2402968, conhecida também como PRO051, desenvolvida pela empresa farmacêutica GlaxoSmithKline para o tratamento de mutações específicas que causam DMD, está sendo iniciada nos Estados Unidos (exclusivamente).

O teste esta recrutando 54 pacientes em centros de estudos na Califórnia, Florida, Iowa, Kansas, Maryland, Minnesota, Missouri, Nova York, North Carolina, Ohio, Oregon e Texas.

Resultados favoráveis já descritos

A droga GSK2402968, desenvolvida pelas empresas Prosensa e GlaxoSmithKline, é projetada para modifificar a forma com que as células musculares interpretam instruções genéticas para a síntese de uma proteína muscular chamada distrofina, fazendo com que seja ignorada (“saltada”) uma parte das instruções, i.e., o “exon 51”, e unir as instruções anteriores com as posteriores.

Em abril de 2011, pesquisadores relataram que um teste clínico de 48 semanas de duração, efetuado na Bélgica e na Suécia, obteve resultados encorajadores com o surgimento de distrofina nas fibras musculares. Houve também um aumento nas medidas do teste de caminhada de seis minutos (com relação ao nível base), e não houve efeitos adversos.

Participaram do teste doze meninos com DMD, que receberam injeções semanais da GSK2402968.

O novo estudo será aberto em 14 locais nos Estados Unidos, e está convocando 54 meninos portadores de DMD com as seguintes características:

* Idade mínima de 5 anos;

* Que apresentem mutação no gene da distrofina potencialmente tratável pelo salto do exon 51, que inclui deleções nos exons 13-50, 29-50, 43-50, 45-50, 47-50, 48-50, 49-50, 50, 52 e 52-63;

* Capazes de caminhar 75 metros em seis minutos;

* Capazes de se levantar do chão em sete segundos ou menos;

* Fazendo uso de corticosteroides por um mínimo de seis meses antes da avaliação, e sem alterações significativas na dosagem diária, ou regime de dosagem, por um mínimo de três meses antes da avaliação;

* Não apresentando doença cardíaca significativa;

* Não estar participando de outro estudo;

Os participantes receberão dosagens semanais de um de dois níveis diferentes da GSK2402968, ou então placebo.

Para obter maiores detalhes, acesse o site http://ClinicalTrials.gov e entre na caixa de pesquisas “A Clinical Study to Assess Two Doses of GSK2402968 in Subjects with Duchenne Muscular Dystrophy“, ou NCT01462292.

Tradução : Marcelo D. P. de Oliveira. contato: trad.mdpo”arroba”gmail.com

Fonte: http://quest.mda.org/news/dmd-phase-2-trial-gsk-exon-skipping-drug-opens-us



27 de maio de 2012 Izabel GavinhoNotícias

USA – ataluren ou PTC-124 é uma droga que tem sido testada para tratamento da mutação de ponto, ou mutação sem sentido das doenças genéticas. Estes resultados agora apresentados são um complemento das informações da pesquisa fase 2 que já tinha demonstrado efeito do ataluren em Duchenne/ Becker. A droga causa redução do número de quedas e aumento da forrça muscular em crianças com Duchenne/Becker.

O resumo pode ser lido abaixo:

(Clinical Neuropathology, 2012;123(6):e64) Improvements in muscle function and accidental falling in ataluren-treated patients with nonsense mutation dystrophinopathy (Duchenne/Becker musculardystrophy)

J. Barth, C.M. McDonald, E. Henricson, T. Abresch, A. Reha, G. Elfring, S. Peltz – USA

Introduction: Duchenne and Becker muscular dystrophy (DBMD) patients progressively lose muscle function and become susceptible to accidental falling. Ataluren is an investigational drug designed to overcome the deleterious effects of nonsense mutations, which are responsible for 13% of DBMD cases. In a pivotal trial in nonsense mutation DBMD (nmDBMD), ataluren 10, 10, 20 mg/kg provided clinical benefit as demonstrated by the primary endpoint of change in 6-min walk distance (6MWD), a measure of global patient function and endurance (p = 0.0584; post hoc analysis).

Objectives: Assess secondary endpoints including timed function tests and patient/caregiver-reported accidental falling, which are discrete measures of patient function.

Methods: Males (5 years old) with nmDBMD were randomized 1:1:1 to placebo; ataluren 10, 10, 20 mg/kg; or ataluren 20, 20, 40 mg/kg orally three times a day and evaluated every 6 weeks for 48 weeks.

Results: The study enrolled 174 subjects (median age 8 years, range 5–20 years; corticosteroid use 123/174 [71%]; median baseline 6MWD 360 m, range 75–554 m). Favorable trends in mean changes from baseline to week 48 for ataluren 10, 10, 20 mg/kg versus placebo were −2.40 s for stair ascend, −1.62 s for stair descend, and −1.35 s for 10-m walk/run. Over 48 weeks, accidental falling declined in the ataluren 10, 10, 20 mg/kg arm relative to placebo (odds ratio = 0.37, p = 0.0239; post hoc analysis). Data from all treatment arms will be presented.

Conclusion: Ataluren 10, 10, 20 mg/kg slowed the loss of muscle function and decreased the frequency of accidental falling relative to placebo. These important findings support the primary endpoint results showing a positive treatment effect for ataluren 10, 10, 20 mg/kg in this population.

Fonte: http://distrofiamuscular.net/noticias.htm



27 de maio de 2012 Izabel GavinhoNotícias

Santo André – a Faculdade de Medicina do ABC está realizando no seu campus 2 eventos no dia 2 de junho de 2012 relacionados com as doenças neuromusculares, especialmente doença de Pompe e Distrofia Muscular de Duchenne. A 1a Jornada destina-se a profissionais e estudantes da área de saúde. O segundo evento será destinado a pais, familiares e portadores de doenças neuromusculares. Ambos os eventos são gratuitos e haverá certificado para os participantes.

Leiam mais sobre o evento aqui.

Fonte: http://distrofiamuscular.net/noticias.htm



27 de maio de 2012 Izabel GavinhoNotícias

O que é

As arritmias são alterações no ritmo cardíaco que na maioria das vezes acontecem de forma inesperada. Na maioria das pessoas os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 80 por minuto, com variações nas situações de repouso ou esforço físico. Alterações nesse funcionamento podem fazer o coração bater em ritmo acelerado (taquicardia) ou lento demais (bradicardia). Muitas são benignas e não causam sintomas, porém outras podem provocar sensação de palpitações, desmaios e risco de morte.

As arritmias podem se originar na parte superior (átrios ou supraventriculares) ou inferior do coração (ventrículos). Dentre as arritmias supraventriculares destacam-se as extra-sistoles atriais; taquicardia atrial, flutter e fibrilação atrial. A fibrilação atrial é bastante freqüente na prática clínica. Trata-se de uma alteração no ritmo cardíaco, com contrações rápidas e não coordenadas dos átrios, que atinge boa parte da população na terceira idade.

Nos ventrículos, a mais frequente é a extra-sístole, batida precoce que se assemelha a uma batida a mais no coração. Em casos raros, pode evoluir para a taquicardia ventricular e desencadear uma incapacidade dos ventrículos de impulsionar o sangue adequadamente para o organismo, podendo levar a perda da consciência e necessidade de atendimento imediato. Em casos extremos ela pode levar à fibrilação ventricular, uma das principais causas de parada cardíaca e morte cardíaca súbita no mundo. Cerca de 90% desses casos poderiam ser evitados se fossem diagnosticados precocemente.

Causas

Para o coração funcionar normalmente é preciso que um estímulo elétrico, gerado no nódulo sinusal, chegue ao coração de forma organizada. Quando existe falha na origem e condução desse estímulo, ou quando aparecem estímulos em outras partes do coração, há uma desorganização da atividade elétrica cardíaca, ocasionando uma arritmia.

O ritmo das batidas do coração pode ser modificado pelo uso de medicamentos ou por condições como disfunção da tireóide, anemia, desidratação, infecções, estresse, atividade física e ansiedade.

Sintomas

Os principais são palpitações, fraqueza, tonturas, sudorese, desmaios, confusão mental, falta de ar, mal-estar e sensação de peso no peito.

Em casos graves, a arritmia pode levar à formação de coágulos no coração, provocando um acidente vascular cerebral (AVC) ou ao comprometimento da função cardíaca levando à morte cardíaca súbita. Nesses casos, o atendimento médico imediato é fundamental.

Diagnóstico

Primeiramente é feita uma avaliação clínica e exame físico. Em alguns casos é preciso uma investigação mais detalhada, como o teste ergométrico, eletrocardiograma, o Holter – que registra o batimento cardíaco do paciente em suas atividades cotidianas 24 horas por dia, ou o Web-Loop, chamado monitor de eventos, capaz de transmitir o traçado eletrocardiográfico, por meio da internet, no momento do sintoma.

Quando não é possível identificar o problema por esses métodos não invasivos, a opção é o estudo eletrofisiológico, em que cateteres com eletrodos são inseridos na veia femural na altura da virilha e colocados em posições estratégicas do coração para que seja feito o mapeamento elétrico e localizado o foco de origem da arritmia.

Tratamento

O tratamento depende do tipo, frequência e grau da arritmia. Pode envolver desde o uso de medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, a realização da ablação por cateter, procedimento em que se aplica energia de radiofrequência para eliminar ou atenuar focos de arritmias.

Nos casos de bradicardias, os marcapassos – equipamentos que emitem impulsos elétricos para corrigir falhas no ritmo dos batimentos – podem ser implantados embaixo da pele. Com o avanço tecnológico esses aparelhos são muito pequenos, não comprometendo o estilo de vida do paciente.

Já nos pacientes de taquicardia ventricular, pode ser implantado um desfibrilador automático, que faz a detecção do ritmo cardíaco alterado e corrige a pulsação, através da emissão de um choque para trazer o coração à frequência normal.

Em casos extremos, é necessária a realização de cirurgias. Atualmente já existem técnicas que possibilitam a correção das arritmias sem necessidade de abrir o tórax do paciente, reduzindo o tempo de recuperação e melhorando a qualidade de vida do paciente. Desde 2010, o Einstein realiza o método minimamente invasivo também com o auxílio de um robô. Por meio de um console, o cirurgião maneja os “braços” para realizar a cirurgia. O equipamento traz maior destreza, precisão, segurança e possui um sistema de captação de imagens digital de altíssima resolução.

A cirurgia robótica também pode ser associada à ablação por cateter, para o tratamento da fibrilação atrial. É a terapia híbrida, usada em pacientes que não respondem às demais técnicas.

Prevenção

Além da prática de exercícios físicos e alimentação balanceada (baixa ingestão de sal e gorduras), é essencial a avaliação médica regular (check-up) e o controle de fatores de risco de doenças como diabetes, obesidade, hipertensão e tabagismo.

Revisão médica: Dra. Fátima Cintra, cardiologista e coordenadora do Centro de Arritmia do Einstein

Publicado em março de 2012

Fonte: http://www.einstein.br/espaco-saude/doencas/Paginas/tudo-sobre-arritmias.aspx



27 de maio de 2012 Izabel GavinhoNotícias

Oxford, Reino Unido – 25-05-2012 – A Summit, empresa inglesa dedicada a desenvolver novas drogas, anunciou hoje o início do tratamento do primeiro grupo de pacientes com distrofia muscular de Duchenne, utilizando sua droga STM C1100. Composta de uma pequena molécula, a STM C1100 é oral, e tem potencial para mudar o curso da doença por meio do incremento, ou regulação positiva, de uma proteína natural do organismo, chamada utrofina.

O Diretor Executivo da pesquisa, Dr. Glyn Edwards, espera ter um relatório completo do teste antes do final do ano.

A SMT C1100 foi exaustivamente testada em cobaias com relação à eficácia e segurança, e demonstrou ser capaz de restaurar e manter a função muscular.

Participarão deste teste “fase-1” somente pacientes saudáveis. As doses serão crescentes, e os objetivos serão verificar se a formulação aquosa da droga consegue os níveis consistentes no sangue que os estudos com cobaias indicaram como necessários para obter benefícios terapêuticos aos pacientes com DMD, e checar a segurança e a tolerabilidade da droga.

Caso esta fase obtenha resultados positivos, será possível prosseguir para a “fase-2” dos testes clínicos em pacientes com DMD.

A fase-1 dos testes foi financiada com um milhão e meio de dólares doados por grupos de organizações de pacientes com DMD nos Estados Unidos, tais como a Associação Americana de Distrofia Muscular, A Fundação para a Erradicação da DMD, a Fundação Charley, a Cure Duchenne, a Fundação Nash Avery, e a Parent Project Muscular Dystrophy.

A SMT C1100 é projetada para regular positivamente e manter a produção da Utrofina, que é uma proteína muito produzida na regeneração muscular, mas que diminui de atividade quando as fibras musculares amadurecem, sendo então substituída pela distrofina, uma proteina que mantém a integridade e a função normal das fibras musculares.

Pacientes com DMD não conseguem produzir distrofina, o que resulta na degeneração da fibra muscular. Todavia, se a utrofina for continuamente produzida na fibra muscular madura, ela pode substituir a função da distrofina, e consequentemente superar a deficiência de distrofina nos pacientes com DMD.

Espera-se que esta abordagem terapêutica possa se tornar um tratamento universal para todos os portadores de DMD, independentemente da origem genética. A Summit já demonstrou em estudos de eficácia com cobaias,que a SMT C1100 é capaz de aumentar a produção de utrofina para restaurar e manter a função muscular normal.

Tradução : Marcelo D. P. de Oliveira. contato: trad.mdpo”arroba”gmail.com

Fonte: http://uk.reuters.com/article/2012/05/25/idUS108687+25-May-2012+MW20120525



25 de maio de 2012 Izabel GavinhoNotícias

Brasil poderá receber transferência de tecnologia na área.

Recentes pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Genética da Universidade Laval ( ULAVAL ) no Quebec, Canadá, dão conta de que a solução no tratamento de inúmeras doenças de motivação genética pode estar mais perto do que se imagina. Os estudos são muito promissores e são realizados a partir da descoberta da ação de uma proteína chamada TALE, proteína esta que foi desenvolvida por pesquisadores para ser anexada a uma sequência específica de DNA e que está sendo utilizada nas pesquisas para a correção das mais variadas mutações genéticas.

As investigações são coordenadas por um cientista canadense, o Dr. Jacques Tremblay, professor do departamento de Medicina Molecular na ULAVAL desde 1976 e diretor de uma das equipes do laboratório de pesquisas genéticas da universidade. Ele é um pesquisador com larga experiência, tendo apresentado 90 conferências médicas, mais de 200 artigos publicados em revistas revisadas e 375 comunicações apresentadas no Congresso.

As pesquisas são baseadas em uma técnica de genética humana desenvolvida por meio do sequenciamento de nucleotídeos que permite uma rápida identificação dos genes mutantes, segmentos do DNA que possuem a informação necessária para codificar uma proteína. Tais genes mutantes podem variar de acordo com cada caso, sendo responsáveis por diversas patologias genéticas, como por exemplo as Degenerações Retinianas, a Distrofia Miotônica, a Fibrose Cística e a Hemofilia A.

As pesquisas realizadas no Canadá representam um grande avanço científico para o tratamento potencial de diversas doenças genéticas através da correção dos genes doentes e podem levar grande esperança a milhões de pessoas em todo o mundo. Porém, inicialmente, as investigações estão mais direcionadas a duas patologias específicas.

A equipe da ULAVAL foca suas pesquisas da terapia genética, principalmente, na Distrofia Muscular de Duchenne, uma doença muscular hereditária progressiva que pode gerar danos severos aos pacientes e é causada por uma deficiência na proteína Distrofina. As investigações também se concentram na Ataxia de Freidreich, uma outra doença hereditária causada por uma mutação do gene da frataxina, o que gera perturbações do metabolismo do ferro nas mitocôndrias. Os nervos e os músculos são particularmente afetados, causando distúrbios neurológicos, como perda de equilíbrio.

Além delas, o Dr. Tremblay pensa em tornar seus estudos voltados à Anemia Falcifórme, doença hereditária que causa uma deficiência no transporte de oxigênio pela má formação das Hemácias dos indivíduos. Esta patologia acomete, em sua maioria, afros descendentes e pode encurtar drasticamente a expectativa de vida.

A maior inovação nas pesquisas de Tremblay é o desenvolvimento de um método inédito que consiste no emprego da proteína TALE ( Tal Effector), substância cuja aplicabilidade foi recém descoberta pelos pesquisadores, que possui um mecanismo de ação que a torna capaz de ligar-se à sequências específicas do DNA. Em virtude de sua capacidade de associação ao material genético a TALE foi especificamente desenhada através de uma engenharia molecular, a fim de tornar viável sua utilização em estudos científicos para a correção das mutações genéticas.

O laboratório da Universidade Laval realiza a manipulação das proteínas TALEs através de uma associação das mesmas com uma nuclease, enzima que quebra a ligação entre nucleotídeos, para assim cortar o gene no ponto desejado com a finalidade de corrigi-lo. O Dr. Tremblay assume duas formas de conduzir as pesquisas com a utilização da proteína para tornar sadias células anteriormente imperfeitas.

A metodologia Não-homóloga ( Non-homologoos and joining ) prevê a possibilidade de se excluir ou inserir alguns nucleotídeos no gene, para assim corrigir seu defeito, a fim de restaurar seu quadro normal de leitura. Já na outra condução das pesquisas, através da Recombinação Homóloga ( Homologoos Recombination ), é possível trabalhar em cima de um campo mais extenso do DNA e efetuar a correção em um segmento maior do gene.

No futuro, estas correções genéticas poderiam ser feitas em células do próprio paciente, extraídas e trabalhadas em meio de cultura. Após a terapia com as proteínas Tal Effector, tais células poderiam ser corrigidas e posteriormente reimplantadas no órgão afetado do paciente, passando a desempenhar sua função de maneira correta no organismo, o que representaria o tratamento da patologia pré existente.

Há mais de 20 anos os pesquisadores da equipe da Universidade do Quebec também estão trabalhando em outro tipo de pesquisa, a terapia celular, para o tratamento potencial das Distrofias Musculares recessivas, especialmente para a Distrofia Muscular de Duchenne. Apesar dos recentes insucessos clínicos, ocorridos na década de 1990, atribuidos aos estudos desenvolvidos por outros pesquisadores para o transplante de mioblastos em portadores de Duchenne, as pesquisas de Tremblay já constataram resultados promissores, com melhora clínica em humanos.

O grupo de Tremblay está atingindo resultados esperançosos com transplantes de mioblastos, mas dois fatores têm sido importantes para a melhoria desta terapia potencial. O primeiro é a aplicação de uma técnica de implante celular que foi desenvolvida em macacos e aplicada em seus pacientes por seu colaborador, o médico Daniel Skuk. O segundo fator é a utilização de um medicamento, um imuno supressor, denominado Tacrolimus, para controlar a rejeição das células enxertadas.

A Universidade Laval realizou um ensaio clínico com uma amostragem de nove portadores desta Distrofia Muscular, com a aplicação da terapia em uma área restrita do músculo tibial anterior. Os pesquisadores estão esperançosos, pois alguns avanços puderam ser identificados, sendo possível comprovar, na maioria dos pacientes, uma correção molecular significativa na região enxertada.

Agora, a equipe de Tremblay está buscando expandir suas atividades e tenta concluir uma parceria com uma instituição brasileira. Por intermédio do médico brasileiro, o Dr. Marcello Bossois, colaborador nas pesquisas do Laboratório de Genética da ULAVAL, uma parceria foi proposta ao Hospital da Posse em Nova Iguaçu, em qual seria oferecido todo o respaldo técnico científico do laboratório da ULAVAL em diversas finalidades.

A oficialização do marco de cooperação, já assinado pelos responsáveis no Quebec, prevê grandes avanços para o sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro e ainda aguarda pela assinatura das autoridades competentes do município de Nova Iguaçu. Vale lembrar que poderia ser aberto no Hospital da Posse um centro de referência no tratamento, diagnóstico e pesquisa voltadas às doenças genéticas em geral.

Além disso, o convênio permitiria um intercâmbio científico para médicos, universitários e professores que eventualmente quisessem uma especialização em uma das melhores universidades do mundo. Este intercâmbio científico possibilitaria a transferência tecnológica para médicos, professores, doutores e profissionais da saúde, que retornariam ao Brasil com um vasto conhecimento adquirido em seus estudos.

Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=203817


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