Japão – muitos pesquisadores tem estudado os oligonucleotídeos para tratamento da distrofia muscular de Duchenne; várias equipes iniciarão os estudos ainda este ano (na Alemanha em dois meses por exemplo). Os oligonucleotideos corrigem o defeito genético, melhorando os sintomas da doença. No caso da distrofia muscular de Duchenne ela seria transformada na distrofia de Becker e poderia haver um retardo na evolução da doença. Este grupo japonês divulga os resultados iniciais do primeiro caso tratado, um menino de 10 anos, tratado com oligonucleotídeos, por via venosa, uma vez por semana por quatro semanas. O tratamento se demonstrou seguro, sem causar efeitos colaterais. A biópsia realizada uma semana após o tratamento demonstrou a expressão do gene da distrofina em apenas 6% das fibras. Este grupo está realizando esta pesquisa em outros pacientes e estas informações precisam ser analisadas mais a longo prazo para se saber se funcionará para o tratamento da doença. O resumo em inglês do artigo recentemente publicado pode ser lido abaixo:

(IN PRESS: Pediatric Research, 2006) Intravenous Infusion of an Antisense Oligonucleotide Results in Exon Skipping in Muscle Dystrophin mRNA of Duchenne Muscular Dystrophy

TAKESHIMA, YASUHIRO; YAGI, MARIKO; WADA, HIROKO; ISHIBASHI, KAZUTO; NISHIYAMA, ATUSHI; SAKAEDA, MIKIO KAKUMOTO TOSHIYUKI; SAURA, RYUICHI; OKUMURA, KATSUHIKO; MATSUO, MASAFUMI – Japan

Duchenne muscular dystrophy (DMD) is a fatal muscle wasting disease that is characterized by muscle dystrophin deficiency. We report that intravenous (IV) infusion of an antisense oligonucleotide created an in-frame dystrophin mRNA from an out-of-frame DMD mutation (via exon skipping) which led to muscle dystrophin expression. A 10-year-old DMD patient possessing an out-of-frame, exon 20 deletion of the dystrophin gene received a 0.5 mg/kg IV infusion of an antisense 31-mer phosphorothioate oligonucleotide against the splicing enhancer sequence of exon 19. This antisense construct was administered at one-week intervals for 4 wk. No side effects attributable to infusion were observed. Exon 19 skipping appeared in a portion of the dystrophin mRNA in peripheral lymphocytes after the infusion. In a muscle biopsy one week after the final infusion, the novel in-frame mRNA lacking both exons 19 and 20 was identified and found to represent approximately 6% of the total reverse transcription PCR product. Dystrophin was identified histochemically in the sarcolemma of muscle cells after oligonucleotide treatment. These findings demonstrate that phosphorothioate oligonucleotides may be administered safely to children with DMD, and that a simple IV infusion is an effective delivery mechanism for oligonucleotides that lead to exon skipping in DMD skeletal muscles.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



USA – células tronco mesenquimais são células musculares com potencial para se transformar em células musculares. Nas doenças genéticas elas não podem ser utilizadas no tratamento da doença porque elas carregam o defeito genético. Nesta pesquisa em laboratório os pesquisadores utilizaram um vetor viral com um microgene da distrofina para corrigir as células tronco mesenquimais de camundongos. Estas células passaram a expressar a distrofina e poderiam ser utilizadas no tratamento da doença. Falta ainda provar que estas células injetadas nos animais sejam capaz de corrigir a doença, escolher a via de administração e muitos outros detalhes para que, no futuro, este estudo possa ser utilizado em seres humanos.

Leia no site PubMed.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



USA – este artigo de revisão discute as possibilidade de tratamento da Distrofia Muscular de Duchenne, abordando o uso de corticóides e o uso de suplementos nutricionais. A terapia gênica e o uso de células tronco também é abordado neste artigo. O resumo em inglês do artigo recentemente publicado pode ser lido abaixo:

(IN PRESS: Neuromuscular Disorders, 2006) Therapeutics in Duchenne Muscular Dystrophy – Review article

Jonathan B. Strober – USA

Duchenne muscular dystrophy (DMD) is a fatal disorder affecting approximately 1 in 3500 live born males, characterized by progressive muscle weakness. Several different strategies are being investigated in developing a cure for this disorder. Until a cure is found, therapeutic and supportive care is essential in preventing complications and improving the afflicted child’s quality of life. Currently, corticosteroids are the only class of drug that has been extensively studied in this condition, with controversy existing over the use of these drugs, especially in light of the multiple side effects that may occur. The use of nutritional supplements has expanded in recent years as researchers improve our abilities to use gene and stem cell therapies, which will hopefully lead to a cure soon. This article discusses the importance of therapeutic interventions in children with DMD, the current debate over the use of corticosteroids to treat this disease, the growing use of natural supplements as a new means of treating these boys and provides an update on the current state of gene and stem cell therapies. 

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



USA – Nos últimos anos a suplementação de creatina tem demonstrado efeito em muitas doenças neuromusculares. O mecanismo de ação da creatina não está esclarecido mas a creatina demonstrou a capacidade de reduzir o cálcio citoplasmático e aumentar a reserva de fosfocreatina cerebral e muscular, promovendo proteção musculoesquelética e cerebral.

Leia no site PubMed.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



Itália – BN 82270 é uma nova molécula formada da união de duas outras e que apresenta dois mecanismos de ação importantes para o tratamento da distrofia muscular; a droga tem efeito antioxidante e inibidor da calpaína. O estudo desta droga demonstrou claramente efeitos benéficos com redução da CK, redução da citocina pró-fibrótica TGF-beta 1. O efeito positivo não foi uniforme em todos os músculos e os pesquisadores deste grupo liderado por Annamaria de Lucca ainda estão estudando em camundongos a dose que poderia oferecer melhores resultados sem efeitos colaterais tóxicos para o organismo. O resumo em inglês deste artigo que será publicado em breve na revista Neuromuscular Disorders pode ser lido abaixo:

First evaluation of the potential effectiveness in muscular dystrophy of a novel chimeric compound, BN 82270, acting as calpain-inhibitor and anti-oxidant

Rosa Burdi, Maria Paola Didonna, Bernadette Pignol, Beatrice Nico, Domenica Mangieri , Jean-Francois Rolland, Claudia Camerino, Alberta Zallone , Paolo Ferro , Francesca Andreetta, Paolo Confalonieri, Annamaria De Luca – Italy

BN 82270 is a membrane-permeable prodrug of a chimeric compound (BN 82204) dually acting as calpain inhibitor and anti-oxidant. Acute in vivo injection of dystrophic mdx mice (30 mg/kg, s.c.) fully counteracted calpain overactivity in diaphragm. A chronic 4–6 weeks administration significantly prevented in vivo the fore limb force drop occurring in mdx mice exercised on treadmill. Ex vivo electrophysiological recordings showed that BN 82270 treatment contrasted the decrease in chloride channel function (gCl) in diaphragm, an index of spontaneous degeneration, while it was less effective on both exercise-impaired gCl and calcium-dependent mechanical threshold of the hind limb extensor digitorum longus (EDL) muscle fibres. The BN 82270 treated mdx mice showed a marked reduction of plasma creatine kinase and of the pro-fibrotic cytokine TGF-b1 in both hind limb muscles and diaphragm; however, the histopathological profile of gastrocnemious muscle was poorly ameliorated. In hind limb muscles of treated mice, the active form was detected by HPLC in the low therapeutic concentration range. In vitro exposure to 100 mM BN 82270 led to higher active form in diaphragm than in EDL muscle. This is the first demonstration that this class of chimeric compounds, dually targeting pathology-related events, exerts beneficial effects in muscular dystrophy. The drug/prodrug system may require posology adjustment to produce wider beneficial effects on all muscle types.

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net/noticias.htm



Será realizado em San Diego (Califórnia) em abril de 2006, o 58º Encontro Anual da Academia  Americana de Neurologia, considerado o mais importante congresso de profissionais da especialidade.  Serão apresentados 23 trabalhos relacionados a diversas formas de distrofia muscular. Os resultados mais significativos são:

1 – Aumento da força muscular em camundongos com disferlinopatia tratados com imunoglobulina por via venosa (resumo 1).

2 – Aumento da incidência de complicações gravídicas em pacientes com distrofia fáscio-escápuloumeral (resumo 2)

3 – A oxatomida utilizada por 6 meses não aumentou a força muscular em pacientes com distrofia muscular de Duchenne (resumo 3)

4 – A terapia gênica com folistatina, um antagoniasta da miostatina, aumenta a força muscular em camundongos com distrofia tipo cinturas (resumo 4)

5 – O diltiazem não fez efeito em pacientes com distrofia fáscio-escápuloumeral (resumo 5)

6 – Terapia gênica com utrofina em camundongos dá resultados, mas com o passar do tempo a expressão do gene declina (resumo 7)

7 – Coenzima Q10 aumenta a força muscular de alguns músculo de pacientes com distrofia muscular de Duchenne ( resumo 9)

8 – Estudo de um inibidor da calpaína, que poderá ser utilizado em distrofia muscular de Duchenne (resumo 10)

9 – O uso da terapia gênica em camundongos tratados com corticóide dá o mesmo resultado que o tratamento nos camundongos sem corticóide. Esta informação é importante para os estudos clínicos com terapia gênica visto que muitos pacientes usam corticóides (resumo 14)

10 – Estudo das funções cognitivas em pacientes com distrofia miotônica do tipo 1; estudo importante para acompanhamento e tratamento dos pacientes (resumo 20)

11 – A mexeletina melhora a força muscular em pacientes com distrofia miotônica do tipo 2 sem alterar a função cardíaca (resumo 22)

Fonte: http://www.distrofiamuscular.net   (David Feder)

Resumo dos trabalhos:http://distrofiamuscular.net/resumos16.htm



A Dra. Ana Lúcia Langer, diretora clínica da Associação Brasileira de Distrofia Muscular (ABDIM),  em palestra  realizada dia 10 de março último no HESFA, a convite da Secretaria Estadual do Rio de Janeiro e da ACADIM,  falou para uma assistência composta de profissionais da área da saúde da sua experiência no atendimento a cerca de 100 pacientes com distrofia muscular na ABDIM, e da implantação do programa de assistência ventilatória não invasiva para essa clientela, em São Paulo, pelo SUS.

Drª Ana Lucia deu ênfase às diferenças entre assistência respiratória, comum à maioria dos pacientes com patologias pulmonares, e a assistência ventilatória, mais específica, presente nos casos de distrofia muscular, e cuja abordagem é diferente daquela utilizada nos casos de insuficiência respiratória, que se for dispensada a pacientes com doença neuromuscular pode agravar o quadro clínico. Disse que os objetivos principais da assistência ventilatória são manter a complacência pulmonar e da caixa torácica, auxiliar a musculatura expiratória e, por fim, trabalhar a musculatura inspiratória. Estes cuidados são  indispensáveis a pacientes com distrofia muscular e, quando bem aplicados, postergam muito a necessidade do BIPAP.

Em resposta a uma pergunta sobre outras alternativas no tratamento respiratório,  Dra. Ana teceu comentários sobre o air stacking (“empilhamento” de ar), e a respiração glossofaríngea como técnicas utilizadas para aumento da complacência pulmonar. Citou os diversos parâmetros das provas de função respiratória para a indicação dos procedimentos, e comentou que, na prática do dia-a-dia, a complicação usual é o aumento da secreção pulmonar, o que agrava o quadro do paciente, já que eles têm grande limitação para a tosse, o que impõe o uso do cough assist (aparelho para auxiliar a tosse), que na maioria dos casos melhora muito a situação do paciente, não requerendo outros cuidados. Concluindo a apresentação técnica, Drª Ana Lucia disse que a ventilação assistida para pacientes com distrofia muscular pelo SUS em São Paulo se deu a partir do convite feito a ABDIM pela SES/SP que, com inúmeros mandados judiciais, pediu ajuda para atender essa clientela, o que resultou num convênio entre a SES/SP e a ABDIM para atendimento de 100 pacientes. Esse convênio também contou com a participação do Instituto do Sono-USP, a quem a SES/SP repassou 30 aparelhos de BIPAP que foram disponibilizados para aqueles que viessem a necessitar, indicados pela ABDIM. Disse que os pacientes comparecem duas vezes na semana para fisioterapia respiratória, motora, hidroterapia, cuidados essenciais para esses pacientes, registrando que na própria unidade da ABDIM-SP, onde dispõe de um aparelho de tosse assistida, atendem aqueles que, por processos agudos (alergias, resfriados, por exemplo), aumentam a secreção.

Respondendo a outras perguntas dos presentes, disse que os aparelhos BIPAP não costumam dar problemas técnicos, que não há necessidade de visitas domiciliares desde que os pacientes compareçam regularmente às sessões de fisioterapia, condição básica, no seu entendimento, para poder entrar em ventilação assistida não invasiva. Comentou que nesses casos eventualmente surgem problemas de transporte para comparecimento do paciente ao tratamento na ABDIM.

Ao término da palestra , o Coordenador da Câmara Técnica da SES/RJ, Dr. Sergio Voronoff, comentou que o trabalho apresentado pela Drª Ana Lucia trazia aspectos novos e complexos, e que seria interessante pensar-se na organização, aqui no Rio, num primeiro núcleo onde os profissionais pudessem ser capacitados na ABDIM-SP para depois serem multiplicadores. Drª Geórgia Mascarenhas (FMS-Niterói) comentou que após a exposição entendeu que a ênfase maior não seria na visita domiciliar, o que lhe preocupava porque esses programas ainda são limitados, e sim nos cuidados de fisioterapia, Drª Alexandra Prufer (IPPMG/UFRJ), complementou registrando que a área de fisioterapia respiratória é muito limitada e pouco disponível nas unidades de saúde precisando ser implementada. Questionou a possibilidade de remanejamento de servidores fisioterapeutas do município e do estado para as unidades que seriam referências para atendimento da distrofia muscular. Dr. Vivaldo Sobrinho, representando a SMS/RIO registrou que talvez fosse possível essa lotação, cabendo consultar a Coordenadora de Reabilitação.

Dr. Sergio encaminhou as propostas apresentadas pelo Dr. Luiz Antonio Duro (INDC/UFRJ), que foram discutidas e acordadas pelos membros da Câmara Técnica:

–              instalar um Projeto Piloto de Serviço de referência para usuários com distrofia muscular no Instituto de Neurologia Deolindo Couto – IDC/UFRJ

–              viabilizar a lotação de fisioterapeutas do município e do estado no IDC a fim de que se possa desenvolver os trabalhos de fisioterapia respiratória, já que esse Instituto conta hoje com apenas uma fisioterapeuta para essa atividade

–              viabilizar a capacitação dos profissionais na ABDIM/SP

–              viabilizar, junto ao Secretário Estadual de Saúde, a compra de aparelhos BIPAP, inicialmente em número de dez, para serem cedidos ao IDC, que por sua vez dispensaria aos pacientes com distrofia muscular que viessem a precisar de ventilação assistida não invasiva

Estiveram presentes â palestra, entre outros, Vivaldo Sobrinho (Coord. Reab. SMS-RIO); Alexandra Prufer (IPPMG); Luiz Antonio Duro, Glória Penque e Leni Gullo (INDC-UFRJ); Raquel Oliveira (HUAP-UFF); Geórgia Mascarenhas (FMS Niterói); Maria Clara Migowski Pinto Barbosa, Vivaldo Lima de Magalhães,  Alberto Freitas, José Carlos Borges (membros da ACADIM)); Sergio Voronoff e Maria Esther Fonseca  (CDCT/SDSS/SES-RJ).

Dra. Ana Lúcia Langer (à direita) em companhia de diretores  da ACADIM



A reforma urbana de Niterói contemplou as pessoas de necessidades especiais com o projeto de remoção de barreiras arquitetônicas, facilitando sua locomoção. O novo mobiliário urbano privilegia os deficientes visuais, com leitura em braile nos pontos de ônibus e telefones públicos adaptados com degraus sinalizadores. Deficientes físicos encontram facilidade de acesso com uso de rampas nas praças, esquinas e travessias de sinais de trânsito. Foi constituído o Conselho Municipal de Apoio a Deficiente Físico, precursor no Brasil. Outro projeto estendido também a idosos, e gratuito, é o Transporte Eficiente. São vans adaptadas com ar condicionado e música ambiente, para usuários previamente cadastrados. Agora, perguntamos: quando será a vez de a Cidade do Rio de Janeiro? Esperamos que o prefeito que será eleito nas próximas eleições mire-se no espelho do seu colega de Niterói, que há mais de 4 anos resolveu grande parte dos problemas que dificultavam o ir e vir dos deficientes, restabelecendo e respeitando a sua cidadania. Os cariocas aguardam com ansiedade a viabilização de um projeto que venha por abaixo as barreiras arquitetônicas que impedem o livre acesso das pessoas de necessidades especiais. Antes tarde, do que nunca.



Os testes de DNA mostraram porquê: o garoto tem uma mutação genética que acelera o crescimento dos músculos. A descoberta, publicada no Jornal de Medicina New England, representa o primeiro caso humano documentado desse tipo de mutação.

Muitos cientistas acreditam que a descoberta poderia finalmente liderar os remédios para o tratamento de pessoas com distrofia muscular e outras condições de problemas com músculo. Os atletas poderiam usar esses remédios como esteróides para aumentar a massa muscular.

O segmento mutante de DNA do garoto bloqueia a produção de uma proteína chamada ‘myostatin’, que limita o crescimento dos músculos. As notícias vêm sete anos depois dos pesquisadores da Universidade Johns Hopkins criarem um “rato forte” através do “desligamento” do gene que está diretamente relacionado com a produção de ‘myostatin’.

“Agora nós podemos dizer que a ‘myostatin’ age da mesma maneira nos humanos e nos animais”, disse o médico do garoto, Dr. Markus Shuelke, professor do departamento de neurologia infantil da Universidade de Medicina Center Berlin. “Nós podemos aplicar esse conhecimento nos humanos, incluindo terapias experimentais para distrofia muscular.”

Dando para o mercado o alto potencial para tais remédios, os pesquisadores das universidades e de companhias farmacêuticas estão tentando descobrir uma maneira de limitar a quantidade e a atividade da ‘myostatin’ no corpo. Wyeth acabou de começar teste em humanos de engenharia genética usados para neutralizar a ‘myostatin’.

O Dr. Lou Kunkel, diretor do programa de genoma do Hospital Infantil de Boston e professor de pediatria e genética da Escola de Medicina de Harvard, disse que o sucesso será possível em alguns anos.

“Somente diminuindo essa proteína em 20%, 30% e 50% pode ter um efeito profundo no volume de músculo”, disse Kunkel, que está entre os médicos participantes da pesquisa Wyeth.

A distrofia muscular é a doença genética mais comum no mundo. Não existe cura e a forma mais comum, Duchenne, sempre mata a pessoa antes de ela se tornar adulta. Os poucos tratamentos usados para tornar a progressão mais lenta têm efeitos colaterais.

O definhamento muscular também é comum em idosos e em pacientes com doenças como o câncer e a Aids.

“Se você pudesse encontrar um jeito de bloquear a atividade da ‘myostatin’, você poderia diminuir o processo de definhamento”, disse o Dr. Se-Jin Lee, professor da Johns Hopkins, cuja equipe criou o “rato forte”.

Lee disse que ele acredita que o bloqueio da ‘myostatin’ também poderia suprimir a acumulação de gordura e, assim, frustrar o desenvolvimento da diabetes. Lee e a Johns Jopkins vão receber os direitos autorais por qualquer remédio bloqueador de ‘myostatin’ feito pela Wyeth.

O Dr. Eric Hoffman, diretor do Centro de Pesquisa de Medicina Genética do Centro Nacional de Medicina Infantil, disse que ele acredita que a cura da distrofia muscular será encontrada, mas ele não tem certeza se vai ser o remédio bloqueado da ‘myostatin’, outro tratamento ou a combinação, por causa de dezenas de genes que têm algum efeito sobre os músculos.

Ele disse que o remédio bloqueador da ‘myostatin’ poderia ajudar outros grupos de pessoas, incluindo astronautas e outros que perdem massa muscular durante longos períodos em gravidade zero ou quando imobilizados por doenças ou membros quebrados.

Os pesquisadores não iriam divulgar a identidade do garoto alemão, mas disse que sua mãe é uma mulher musculosa, com 24 anos e ex-atleta. Seu irmão e outros três parentes próximos são fortes também, sendo que um é pedreiro e consegue carregar cargas pesadas com a mão.

Na mãe, uma cópia do gene é mutação e a outra é normal; o garoto tem duas cópias com mutação. Uma veio quase que definitivamente do pai, mas nenhuma informação sobre ele foi divulgada. A mutação é muito rara nas pessoas.

O garoto é saudável agora, mas os médicos se preocupam que ele poderá eventualmente sofrer de problemas no coração e outros problemas de saúde.

Nos últimos anos, os cientistas viram um grande potencial nas estratégias do bloqueador da ‘myostatin’. Os comerciantes da Internet estão vendendo suplementos “bloqueadores de myostatin” para modeladores de corpo, embora os médicos digam que os produtos são imprestáveis e até mesmo perigosos.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/saude



4 de julho de 2006 Camila SalesNotícias

1- O que são célules-tronco?
Após a fusão das células reprodutivas, começa a se formar um aglomerado de células. Este primeiro grupo de células são chamadas de totipontente por terem a capacidade de originar qualquer parte do organismo de um ser humano, além de terem também a capacidade de formar o acessório tal como placenta e tecidos de sustentação necessário para o desenvolvimento do embrião no útero e portanto podem se transformar em outro indivíduo gêmeo.

Após uns 4 dias, estas células começam a formar uma estrutura esférica, chamada de Blástula, apresentando duas partes, uma interna e outra externa. A parte externa formará a placenta e a parte interna formará o embrião. É na parte interna que estão as células capazes de gerar todas as células do organismo de um indivíduo. Estas células são chamadas de células pluripotentes e são estas as células-tronco ou “stem cells” ou células “mãe” que tanto se fala ultimamente, por terem a capacidade de se diferenciar em  células de qualquer tecido, incluindo as do cérebro, coração, fígado, rins, ossos, músculos e pele, por serem esperança de cura para milhões de pessoas portadoras de doenças incuráveis.

Após a segunda semana o processo de diferenciação celular se define, ou seja, as células vão adquirindo posições e funções biológicas específicas, são denominadas multipotentes e cada uma pode dar origem a tipos específicos de células, como por exemplo a todos os tipos de células sangüíneas. A única fonte de células-tronco que pode se transformar em qualquer tecido são as de embriões. As células- tronco encontradas em outras fontes podem já estar com seu processo de diferenciação pré-determinado, limitando suas possibilidades terapeuticas.

2- Quais as fontes de células-tronco? 
As células-tronco podem ser encontradas em:
a) Vários tecidos humanos, mas em quantidade muito pequena;
b) No sangue do cordão umbilical e na placenta e;
c) Em embriões nas fases iniciais da divisão celular.

3- Quais os possíveis usos médicos das células-tronco? 
A capacidade de transformação das células-tronco em vários tecidos podem representar tratamento para muitas doenças que afetam milhões de pessoas no mundo. Por exemplo, em portador da doença de Parkinson elas poderiam regenerar as funções dos neurônios dopaminergicos e levar o paciente à cura. Outras terapias podem incluir diabete, mal de Alzheimer, derrames, enfartes, doenças sangüíneas, musculares, espinhais, câncer, doenças genéticas e outras. Estas células também poderiam ser usadas para testar os efeitos terapêuticos e colaterais de drogas em tecidos humanos, trazendo mais segurança para a população, diminuindo a fase de experimentação e o sofrimento e sacrifício dos animais usados como cobaia.

4- Porque o sangue do cordão umbilical e placentário (scup) pode trazer a cura para milhôes de pessoas?
Os cientistas descobriram qualidades “pluripotenciais” das células do sangue da placenta e do cordão umbilical. Este sangue adquiriu grande importância quando identificaram um grande número de células “tronco” hematopoiéticas, que são células fundamentais para o tratamento de pessoas portadoras de leucemia e outras doenças hematológicas. O cordão e a placenta, que hoje em dia é tratado como um “lixo hospitalar”, “é uma fonte alternativa viável” para o tratamento de doenças sangüíneas que exigem o transplante da medula e pode ser doado voluntariamente, para pessoas que necessitem do transplante.

A criação de diversos bancos de SCUP no Brasil vai amplia a diversidade genética das amostras, aumentar o número de doadores cadastrados e conseqüentemente, as chances de compatibilidade sangüínea entre os receptores. Outra vantagem é a redução da possibilidade de rejeição devido a imaturidade destas células.

5- O que é clonagem terapeutica?
A discussão ética sobre a clonagem de células humanas corre o risco de tomar o caminho errado, é preciso entender bem a diferença entre a clonagem reprodutiva e a clonagem terapêutica para poder opinar e não cometer o erro de tirar a esperança de cura de milhares de pessoas.

Clonagem Reprodutiva:
Cientistas provaram que é possível criar um clone de um animal. No caso da clonagem humana, a proposta seria substituir o DNA (molécula onde está codificada as informações para construir um indivíduo) de um óvulo humano de uma doadora, pelo DNA do núcleo de uma célula somática que teoricamente poderia ser de qualquer tecido de uma criança ou adulto. Esta união reagiria como um óvulo fertilizado e se dividiria como se estivesse sido fertilizado por um espermatozóide, dando origem a um aglomerado de células tronco embrionárias, o embrião. Se este embrião fosse implantado em um útero (que funcionaria como uma barriga de aluguel) poderia dar origem um individuo biologicamente idêntico ao doador do DNA.

As pesquisas com clonagem de animais não tem mostrado grande êxito. A ocorrência de fetos defeituosos ou com mutações patológicas são freqüentes. Pesquisas realizadas no Japão relataram que camundongos clonados também têm vida mais curta e apresentam problemas como lesões hepáticas, pneumonia grave, tumores e baixa imunidade (O Estado de S. Paulo, 12 de fevereiro de 2002). Segundo os defensores da clonagem humana, através da ultra-sonografia e da análise dos cromossomos seria possível identificar a maioria das malformações fetais, logo no início da gestação e evitar, assim, o seu nascimento. Entretanto, sabemos que existem mais de 7 mil doenças genéticas e que a grande maioria não pode ser detectada com os recursos atuais de diagnóstico pré-natal.

Clonagem Terapeutica:
Na clonagem terapêutica, pretende-se cultivar as células tronco em laboratório e induzi-las a se diferenciarem no tecido desejado.

Podem ser clonadas células do próprio doador, que serviriam para reparar tecidos lesados do seu próprio organismo, evitando assim o risco de rejeição, pois têm exatamente os mesmos genes deste. A clonagem terapeutica poderia ser usada para trazer as células ao estágio embrionário e reparar células doentes.

A Clonagem de células do próprio doador poderia, por exemplos, ajudar a reparar a medula dos paraplégicos vítimas de Traumatismo Raquimedular ou o cérebro das vítimas de Acidente Vascular Cerebral. No caso de doenças genéticas, como as distrofias musculares ou atrofias espinhais, não adianta usar as células do afetado porque o defeito genético está em todas as células. Neste caso, as células- tronco teriam que ser de um doador.

6- Como os embriões congelados podem salvar vidas?
Os embriões obtidos de tentativas de fertilização in-vitro, que existem literalmente às centenas de milhares, congelados em nitrogênio líquido, em clinicas e hospitais que realizam esse procedimento, são PROBLEMAS para alguns e ESPERANÇA de cura para milhares.

O Problema: A fertilização assistida ou fertilização in vitro é uma técnica adotada por casais inférteis. Está técnica quando iniciada há 20 anos, também gerou protestos mundiais e hoje temos milhares de crianças que nasceram graças a essa tecnologia. Nesta técnica o óvulo da mulher e o espermatozóide do homem são fertilizados fora do corpo. Os embriões assim formados se desenvolvem por alguns estágios ainda fora do corpo, e, se viáveis, são implantados no útero (da mesma mulher, ou de outra, a chamada “barriga de aluguel”) para crescer.

No laboratório só é possível a multiplicação das células tronco para “fabricar” tecidos. É impossível  criar um ser humano  sem implantação no útero materno!

Os embriões gerados em excesso são armazenados para fazer outras tentativas, caso as primeiras implantações não funcionem. A probabilidade de que um embrião implantado no útero gere uma vida é de cerca de 10%. Após o congelamento essa probabilidade diminui. Além disso, os embriões melhores são sempre selecionados para implantação. Portanto, aqueles que são congelados já tem uma chance muito menor de gerar uma vida, que pode ser quase zero. Mas isso não significa que eles não possam formar um tecido e com isso salvar uma vida!

Estima-se que existam cerca de 100.000 embriões  excedentes armazenados em  vários países da União Europeia. O grande problema é que alguns países, por questões éticas e religiosas, proíbem a destruição desses embriões, ou seu aproveitamento para pesquisas científicas.

A Esperança: Centenas de milhões de pacientes em todo o mundo poderão ser curados se as pesquisas com células-tronco puderem avançar. No Brasil os resultados do censo 2000 mostraram um número maior de portadores de deficiência do que o esperado: 24,5 milhões de pessoas, 14,5% da população brasileira. Pessoas que até então não tinham esperança de cura.

Vários paises já estão desenvolvendo pesquisas com embriões de até 14 dias após a fertilização, doados pelas clínicas de fertilização, com consentimento prévio do casal. Nesta fase, o embrião é um conjunto de células com cerca de um quarto do tamanho de uma cabeça de alfinete (0,2 mm). Essas pesquisas são aprovadas por comitês de ética muito rigorosos. A Associação Americana para o Progresso da Ciência (www.aaas.org) emitiu um relatório sobre a pesquisa com células-tronco, em que recomenda que somente embriões doados pelos seus legítimos pais sejam usados em pesquisas.

Devemos lembrar que os embriões descartados não se tornarão vida humana. O que é mais ético: uma mulher e seu companheiro decidir doar seus embriões, que nunca se tornarão seres humanos, para centro de pesquisas ajudando a ciência a salvar milhares de vidas ou deixá-los serem jogados no lixo?

Para o comitê da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, estudos com células-tronco extraídas de embriões extras produzidos no processo de reprodução assistida são éticos quando podem gerar conhecimentos que tragam benefícios à saúde humana.

Com isso, os casais que possuem embriões congelados e não necessitam mais deles – poderiam emitir um consentimento doando-os para pesquisa.  Poderiam até mesmo escolher o centro de pesquisa, após obterem informações sobre o projeto em que o embrião seria utilizado, sobre os benefícios que o projeto trará para a humanidade.

7- Que é a medicina regenerativa?
Uma nova era na medicina está sendo iniciada. Os conhecimentos sobre a capacidade regenerativa tecidual das células tronco abrem caminhos para a sua utilização no reparo de tecidos e órgãos lesados.

Este novo campo de conhecimento, chamado de medicina regenerativa, é a aplicação das células tronco com o objetivo de regular o processo regenerativo do corpo humano, direcionando e ampliação o processo de reparo e a substituição de tecidos lesados.

Cabe aos pesquisadores obedecerem às leis e respeitarem a ética, mas o mundo está diante de técnicas e maneiras de agir impensáveis até aqui, com um potencial de avanços fantásticos. A medicina regenerativa a partir de células-tronco embrionárias é um exemplo disso.

Cabe aos nossos governantes e legisladores avançarem em seus conceitos a fim de adaptarem a legislação aos novos tempos: proibir o que é anti-ético (como a clonagem para fins reprodutivos) mas permitir o que é ético, o que é lógico, o que vai salvar vidas!


(*) Denise Amanajás (dac@nautilus.com.br)
Associação Paraense de Distrofia Muscular
MOVITAE – Movimento em Prol da Vida


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