Terapia gênica experimental intraútero 
Inglaterra – Neste estudo os pesquisadores estudaram a terapia gênica realizada no período intrauterino, com o objetivo de curar ou retardar a evolução da doença. Utilizando um vetor viral o gene da distrofina foi administrado no 15o dia de gestação de camundongos. Após 15 meses do nascimento a expressão do gene foi observada em vários músculos como o cardíaco, diafragma, músculos intercostais, etc. Em se confirmando o sucesso desta terapia pode se constituir em uma alternativa de terapia no caso do diagnóstico da doença durante a gestação.

Empresa se prepara para realizar estudos clínicos com drogas em distrofia muscular de Duchenne
USA – A PTC é uma empresa de biotecnologia que recentemente firmou uma parceira com o Parent Project para realizar estudos clínicos com drogas em distrofia muscular de Duchenne. Esta empresa desenvolveu inúmeras drogas com potencial de uso em distrofia e em outras doenças genéticas. Uma destas drogas pode atuar na mutação de ponto com menos efeitos colaterais das drogas que tem sido testadas até o momento. Há informações que estes estudos se iniciarão em 2005.

Uso de células tronco para regenerar músculos lesados
Canadá – Pesquisadores identificaram um gene, o Pax7, que tem a capacidade de estimular as células tronco em células musculares. A presença desde gene é fundamental nas células regenerativas com a finalidade de corrigir lesões nos músculos. Este seria um novo caminho para aperfeiçoar a terapia gênica ou para melhorar a capacidade natural de regeneração dos músculos.

Distrofia Muscular e Risco de Anestesia
Brasil – Tendo tomado conhecimento de mais um caso fatal de acidente anestésico em portador de Distrofia Muscular de Duchenne resolvi reforçar o alerta aos pais com relação ao risco de anestesia em portador de distrofias em geral. Os portadores de distrofia podem apresentar durante a anestesia um quadro semelhante ao da hipertermia maligna, que é muito grave, e pode ser fatal. Muitas drogas que são usadas em anestesia podem desencadear o quadro como a succinilcolina e os anestésicos halogenados. É muito importante que se discuta com a equipe médicas estas informações além de se realizar uma avaliação pré-operatória bem detalhada. Caso ocorra este quadro grave o hospital deve ter disponível a droga dantrolene que é usada no tratamento da hipertermia maligna. No estado de São Paulo há uma lei do Gov. Geraldo Alckmin (médico anestesista) que obriga a todos os hospitais a dispor de dantrolene para tratamento desta complicação.

Melhora do controle do cálcio após a terapia gênica
França – O controle da entrada do cálcio e sua liberação na célula é um dos pontos aceitos como responsáveis pela lesão dos músculos na distrofia muscular. Neste artigo, escrito pelo grupo francês que realizou as primeiras pesquisas em terapia gênica em pacientes, os autores estudaram em laboratório células de pacientes com distrofia muscular que foram submetidas a terapia gênica com mini gene ou gene inteiro da distrofina. O tratamento resultou em melhor controle do cálcio das células musculares. Isto indica que a distrofina tem um papel importante neste controle e que a terapia gênica pode restaurar este controle e diminuir a lesão muscular. Este artigo que será publicado na Revista Experimental Cell Research.

Resultados a longo prazo da cirurgia de coluna 
Itália – Os resultados da cirurgia de coluna na distrofia muscular de Duchenne são influenciados por inúmeros fatores. Os autores deste estudo analisaram os resultados da cirurgia de coluna em portadores de Duchenne após 5 anos da cirurgia. Os autores observaram redução do grau de desvio da coluna mantido após 5 anos da cirurgia e com melhora da capacidade vital em relação a evolução natural da doença. Os resultados apresentados foram favoráveis a realização da cirurgia com melhora da qualidade de vida.

Pneumotórax associado ao uso prolongado de ventilação não invasiva
Itália – A ventilação não invasiva melhora a qualidade de vida e prolonga a sobrevida de portadores de distofia muscular de Duchenne. É facil de usar e tem poucos efeitos colaterais. Os autores deste artigo descrevem dois casos que apresentaram pneumotórax, isto é, acúmulo de ar na pleura, membrana que reveste o pulmão. O pneumotórax neste caso ocorreu por ruptura de algum alvéolo. O presente artigo serve de alerta aos cuidadores e profissionais de saúde para atentar para esta possibilidade em portadores de distrofia muscular de Duchenne em ventilação não invasiva que apresentem falta de ar súbita.

Evidência da disfunção cardíaca na distrofia muscular de Duchenne
França – As manifestações cardíacas são frequentes em meninos com distrofia muscular de Duchenne e muitos pesquisadores procuram avaliar métodos de detecção precoce desta alteração. Neste estudo 19 meninos com Duchenne fizeram ecodopplercardiograma e a cintilografia miocárdica após perfusão com dobutamina, uma droga estimulante da contração cardíaca. O teste realizado após a administração da dobutamina evidenciou precocemente alteração da função cardíaca não detectada no ecodopplercardiograma.

Estudo piloto de albuterol em distrofia muscular de Duchenne
USA – Em artigo publicado na revista Neurology este grupo da Universidade da California descreve os resultados preliminares com o uso do albuterol na distrofia muscular de Duchenne e Becker. O albuterol é uma droga conhecida e é utilizado há muito tempo no tratamento da asma. Os resultados obtidos em 9 pacientes demonstra que o albuterol aumenta a força muscular nestes pacientes. A Dra. Melissa Spencer que comanda este grupo continua o estudo com estes pacientes por tempo maior e agregando novos pacientes para concluir sobre o efeito desta droga.

Restauração da distrofina em camundongos portadores de distrofia muscular.
USA – Para que o resultado da terapia gênica seja eficiente há necessidade de que pelo menos 20% das células expressem o gene administrado. A entrega do gene ao músculo é uma das maiores dificuldades para a eficiência da terapia gênica. Utilizando um processo mal explicado (dito semisintético) eles injetaram um trecho do DNA contento o gene da distrofina na veia ou artéria de camundongos portadores de distrofia. Com esta técnica eles observaram que a distrofina se expressou nos músculos de ambas as pernas após este tratamento, demonstrando que este é um método promissor de entrega do gene ao músculo.

Coreanos obtiveram células tronco embrionárias
Coréia – Cientistas coreanos conseguiram extrair células tronco de embriões clonados em laboratório. Este procedimento que não tem relação com a clonagem reprodutiva abre caminho para obtenção de células pluripotentes, capazes de se transformar em qualquer tipo de célula ou tecido. Você pode ler mais sobre o tema neste artigo:
A Dra. Mayana Zatz escreveu um artigo para a Folha de São Paulo, em 13/02/04, esclarecendo o tema. A preocupação no momento relaciona-se com a futura decisão do Senado que irá modificar a lei da Biosegurança, já votada na Câmara dos Deputados e que proibe qualquer forma de clonagem; se esta decisão não for modificada o Brasil impedirá as pesquisas e a possibilidade de utilização de células tronco no Brasil. Precisamos pressionar os senadores.

Droga pode ser útil para o tratamento da distrofia muscular
USA – A empresa de biotecnologia Xechem anunciou que uma de suas empresas, a Ceptor, desenvolveu a droga Myodur, uma associação de carnitina e leupeptina. A leupeptina é um inibidor da calpaína. A calpaína é um enzima que degrada as células musculares e esta aumentada na distrofia muscular. A carnitina aumenta o transporte da leupeptina para a célula. Este anúncio foi feito pela empresa que solicitou ao FDA a classificação da droga como “droga orfã. O objetivo desta classificação é obter benefícios tais como exclusividade de comercialização, testes com menor número de pacientes para liberação da droga, etc.

Pesquisadores italianos criam camundongo que tem a capacidade de regenerar os seus tecidos
Itália – Embriões tem capacidades regenerativas que são perdidas na vida extra-uterina; pesquisadores italianos criaram camundongo capaz de manter esta capacidade; eles já sabiam que as células tronco são capazes de migrar por longas distâncias para corrigir tecidos lesados. Eles descobriram uma forma de IGF-1 muscular (mIGF-1) que emite sinais para atrair as células tronco.  Ela funcionaria como um megafone para avisar as células tronco. Eles criaram em laboratório um camundongo capaz de produzir muitas mIGF-1 e com células tronco de medula fosforescentes. Estes camundongos passaram a apresentar uma alta capacidade de regeneração muscular. Com a ajuda do mIGF-1 foi possível atrair as células tronco que se diferenciaram em células do músculo. A próxima etapa é descobrir como fazer o organismo aumentar a produção de mIGF-1.

IGF-1 aumenta a hipertrofia muscular
USA – O IGF-1 tem sido pesquisado em distrofia muscular. Neste estudo em camundongos normais com treinamento físico os pesquisadores demonstraram a hipertrofia dos músculos. O uso de IGF-1, ainda não disponível, poderá ser uma alternativa para tratamento medicamentoso da distrofia muscular.

Identificada proteína que pode ativar a regeneração muscular
Itália – A HMGB1 é uma proteína extracelular liberada em tecidos inflamados ou necróticos; pesquisadores italianos demonstraram que esta proteína é capaz de atrair mesangioblastos para o musculo de camundongos com distrofia e ajudar na regeneração muscular.

Terapia gênica restaura a função respiratória em camundongos
USA – Usando um modelo experimental da doença de Pompe, camundongos foram submetidos a terapia gênica no músculo diafragma. Para levar o gene ao músculo os pesquisadores utilizaram um gel comum. Os animais tratados apresentaram recuperação da função respiratória com este tratamento; esta tecnica pode ser testada em outros modelos e em outras formas de distrofia.

Terapia anti-TNF (remicade) protege os músculos distróficos contra a necrose
Austrália – A destruição dos músculos na distrofia muscular envolve inúmeros fatores como o fator de necrose tumoral (TNF). Em camundongos com distrofia muscular o uso de uma droga que bloqueia o TNF, o remicade, promove retardo na deterioração do músculo, sem efeitos colaterais sobre os músculos em formação. Esta é uma importante linha de pesquisa que deve ser melhor estudada, inclusive com relação ao efeito sobre a força muscular.

Efeito da creatina no tratamento da distrofia muscular 
Canadá – o uso de mioblastos no tratamento da distrofia muscular tem sido tentado de longa data; este grupo do Canadá tem estudado minuciosamente a técnica com o objetivo de melhora-la; neste trabalho eles aqueceram as células antes do tratamento e observaram melhores resultados em laborátorio, com maior sobrevida do mioblasto.
Em um artigo recente foi dito que a creatina não fazia efeito em portadores de doenças neuromusculares apesar de ser segura e sem efeitos colaterais. Dois artigos recentemente publicados mostram resultados diferentes: a creatina faz efeito na distrofia muscular. Um dos artigos utiliza camundongos portadores de distrofia muscular e observa resultado no aumento da força muscular. O outro artigo fala do uso da creatina em meninos com distrofia muscular de Duchenne; os resultados observados em quatro meses de uso demonstraram que há um aumento da força muscular com o uso da creatina.

Unaerp e AADM realizaram o primeiro encontro de familiares e portadores de distrofia muscular experimental
Ribeirão Preto – Numa parceria inédita no Brasil, a Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) e a AADM, Associação dos Amigos dos Portadores de Distrofia Muscular realizaram no dia 5 de junho de 2004, em Ribeirão Preto, o primeiro encontro dos familiares e portadores de distrofia muscular da região. O encontro foi no Centro Clínico Electro Bonini das 8:30hrs às 12:30hrs. O evento reuniu profissionais da área de saúde (Postos de Saúde, UBDS, UBS, Hospitais, Secretarias de Saúde), pesquisadores, professores, autoridades, especialistas, familiares e portadores de distrofia muscular, e teve como objetivo: informar e dar detalhes sobre a parceria Unaerp/AADM e sobre o projeto de pesquisa em Distrofia Muscular que envolverá quase todos os cursos de graduação e pós-graduação da Unaerp. O Projeto de Pesquisa Unaerp/AADM sobre Distrofia Muscular tentará conter a doença através de avaliação médica, indicação de tratamento em todas as especificidades de saúde, fazer acompanhamento psicológico de crianças portadoras de distrofia muscular e de seus familiares, fazer acompanhamento genético de casos e pesquisas envolvendo todas as especialidades e os cursos nas áreas de saúde e humanas: Medicina, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Psicologia, Educação Física, Pedagogia, Nutrição, Turismo, Enfermagem, Serviço Social, entre outros, além de buscar diagnosticar e até encontrar tratamento para a doença.

Terapia gênica na distrofia muscular experimental
Canadá – Os vírus tem sido muitos estudados com a finalidade de levar os genes até os músculos; neste experimento os genes do vírus foram totalmente retirados; este virus contendo o gene da distrofina foi administrado ao camundongo e houve a expressão do gene em 23,6% das fibras musculares do músculo diafragma; houve uma discreta resposta inflamatória e os camundongos não receberam drogas imunossupressoras.

Manuseio da insuficiência cardíaca e pulmonar na distrofia muscular de Duchenne
Japão – Neste artigo são relatados os procedimentos utilizados nos últimos anos para melhorar o controle da insuficiência respiratória e cardíaca na distrofia muscular de Duchenne. Ao longo dos anos a introdução dos equipamentos de ventilação não invasiva e o tratamento precoce da insuficiência cardíaca propiciaram uma melhora na qualidade de vida e aumento da sobrevida dos portadores da doença (aumento da sobrevida superior a 8 anos em média).

Diminuição da produção do óxido nítrico em pacientes com distrofia
Japão – O óxido nítrico é um potente vasodilatador e tem ínumeras funções nas células musculares. Neste trabalho observou-se redução dos níveis de óxido nítrico e que há uma relação entre os níveis de óxido nítrico e a função cardíaca. Aumentar a quantidade de óxido nítrico é uma das estratégias medicamentosas estudadas para melhorar os sintomas da distrofia muscular.

Identificada uma proteína que pode corrigir diversas formas de distrofia muscular
USA – Pesquisadores da Universidade de Iowa identificaram uma proteína identificada com a sigla LARGE, que pode contribuir para correção de diferentes formas de distrofia congênita e tipo cinturas. A expressão da proteína permitira restaurar a função das proteínas da membrana celular de diferentes formas de distrofia. Este estudo foi realizado em camundongos e em células de portadores de distrofia muscular. Esta notícia foi assunto em diversos jornais americanos:

Terapia gênica em metade das células do músculo cardíaco previne as alterações cardíacas
USA – O camundongo mdx tem o defeito genético mas não tem a perda de força muscular e nem as alterações cardíacas. Neste estudo os pesquisadores criaram um camundongo que expressa a distrofina em 50% das células; estes camundongos receberam isoproterenol que promove lesão do músculo cardíaco e observaram que os que expressavam a distrofina em 50% das células não apresentaram lesão no músculo cardíaco. Em conclusão os pesquisadores concluem que o tratamento que promova a expressão do gene em 50% das células seria suficiente para tratamento das manifestações cardíacas da distrofia muscular.

MDA planeja novos ensaios clínicos em distrofia muscular
USA – A Associação Americana de Distrofia Muscular (MDA) anunciou esta semana que reuniu 35 especialistas em doenças neuromusculares, pesquisadores, empresas e representantes do governo americano com a finalidade de desenvolver estudos multicentricos em larga escala para tratamento da distrofia muscular. O objetivo é aumentar os estudos clínicos referentes ao manuseio da doença, tratamento e acompanhamento, incluindo cuidados respiratórios e cardíacos. Esta iniciativa começará pela Distrofia Muscular de Duchenne. Esta é uma das mais proveitosas iniciatativas da MDA pois mesmo nos Estados Unidos o acompanhamento dos pacientes deixa muito a desejar e as informações de cada centro de pesquisa não é analisada individualmente o que dificulta a analise dos resultados.

Manuseio da osteoporose
USA – A osteoporose é freqüente em portadores de distrofia, em especial nos que fazem uso de corticosteróides. Neste artigo os autores relatam os conceitos mais recentes a cerca da osteoporose. Com relação aos pacientes que usam corticóides os  autores sugerem a realização de densitometria óssea em todo paciente que necessitará de corticóides por mais de 6 meses. Cálcio e vitamina D são recomendados a todos os pacientes em corticoterapia; os bifosfonados são recomendados para prevenção (risedronato) ou tratamento da osteoporose (risedronato ou alendronato) em pacientes com alto risco de fratura.

Recentes avanços nas distrofias musculares da infância
Inglaterra – Nesta revisão a Dra. Bushby analisa as informações sobre as distrofias que atingem as crianças com ênfase aos avanços no diagnóstico e tratamento. As distrofias analisadas são as distrofias congênitas, a de Duchenne e Becker, a de Emery-Dreyfuss e a de cinturas. Com relação as congênitas, as de cinturas e a de Emery-Dreifuss o artigo relata os genes defeituosos já identificados nestas formas de distrofias e algumas caracteristicas clínicas de algumas delas. Na distrofia de Duchenne e Becker a autora relata quatro pontos importantes: importância do diagnóstico precoce para o aconselhamento genético; a importância dos corticóides no tratamento para retardar a evolução da doença; o diagnóstico e tratamento das manifestações cardíacas e o uso de ventilação não invasiva para melhorar a qualidade e aumentar a sobrevida. O artigo que será publicado na revista Current Paediatrics, (2004) 14, 214–222 tem o seguinte resumo e o trecho que fala sobre o tratamento da distrofia de Duchenne e Becker:

Progressão da escoliose após a cirurgia da coluna em portadores de distrofia muscular
Inglaterra – A escoliose, ou desvio da coluna, está presente na evolução da distrofia muscular de Duchenne e pode contribuir para a redução da capacidade respiratória; os pacientes com escoliose muito acentuada são submetidos a tratamento cirúrgico. Neste artigo os autores discutem o resultado da cirurgia a longo prazo em portadores de Duchenne, comparando duas técnicas empregadas para esta correção. O número de casos analisados é grande (85 pacientes) e uma complicação fatal ocorreu nesta casuística.

Cardiomiopatia da distrofia muscular
USA – Sob o patrocínio da MDA realizou-se em setembro de 2003 uma reunião de especialistas para debater os aspectos cardíacos das distrofias musculares. Neste artigo são relatadas as conclusões e as informações sobre o tema que foram discutidas neste encontro. Mecanismos de aparecimento das manifestações cardíacas e as possiblidades de terapia gênica forma discutidos neste encontro. Com relação aos aspectos clínicos os especialistas concordam com a necessidade de diagnóstico precoce destas alterações com o eletrocardiograma e o ecocardiograma e o uso de drogas que possam retardar a evolução dos sintomas tais como os inibidores da ECA e os beta bloqueadores. Infelizmente, não há estudos bem controlados sobre estes tratamentos por que o número de pacientes é pequeno para a realização destes estudos.

Redução do dano da membrana celular em camundongos com distrofia muscular experimental
USA – A óxido nítrico sintetase (NOS) é uma enzima do complexo de proteínas da membrana celular. Já havia se demonstrado que o aumenta da expressão da NOS corrigia a doença em camundongos. Nesta pesquisa os autores procuraram identificar as proteínas que se alteraram com a maior expressão da NOS. Os autores demonstraram que os níveis de distrofina não se alteraram com o aumento da NOS mas houve aumento da alfa-7-integrina, da talina e da vinculina que devem ter contribuido para a melhora da célula muscular.

Peptídeo extraído de veneno de tarântula pode ser útil na distrofia
USA – Nesta reportagem, relatando um trabalho da Universidade de Buffalo que será publicado na revista Nature, o peptídeo do veneno de tarântula, GsMTx4, se mostrou promissor para tratamento de arritmias cardíacas, distrofia muscular e outras doenças. A ação pode ser inespecífica, relacionada a bloqueio em canais da membrana celular.

Depressão em pais de portadores de distrofia muscular
Canadá – O estudo analisa os aspectos como depressão e auto-estima em pais de portadores de distrofia muscular de Duchenne; 42 pais foram entrevistados por telefone, seguindo um protocolo; os resultados foram comparados aos obtidos com pais de filhos sem distrofia. A incidência de depressão e perda da auto-estima é maior em pais de filhos com distrofia. Na análise dos fatores que podem predispor a esta depressão os autores encontraram: pais sem companheiro(a) e pais com filhos maiores de 13 anos.

Suporte ventilatório na distrofia fáscio-escápulo-umeral
Holanda – A insuficiência respiratória é comum nas doenças neuromusculares. Os autores apresentam 10 casos de distrofia fáscio-escápulo-umeral que necessitam de assistência respiratória noturna em casa. Os fatores relacionados a dificuldade respiratória foram: a severidade da fraqueza muscular, o uso de cadeira de rodas e as alterações na coluna (cifoescoliose). A análise da função pulmonar é fundamental para todos os pacientes com distrofia muscular. A periodicidade de realização do exame depende do tipo de distrofia, da fase da doença e dos resultados dos exames prévios.

PTC anuncia que iniciará estudos clínicos com a droga PTC 124 para fibrose cística e para distrofia muscular de Duchenne
USA – PTC124 é uma droga para administração por via oral para tratamento da mutação de ponto. Esta droga poderá ser útil para cerca de 15% dos portadores de Distrofia Muscular de Duchenne e para cerca de 10% dos portadores de fibrose cística, além de mais de 1800 doenças genéticas distintas. A empresa produtora da droga, a PTC, anunciou hoje que está iniciando a fase I das pesquisas com PTC 124. na fase I a droga será administrada a pessoas normais para analisar a absorção da droga e seus efeitos colaterais. Inicialmente prevista para começar no final do ano a fase I foi iniciada hoje e espera-se que a droga possa ser testada em pacientes com distrofia muscular de Duchenne no início de 2005.

Necessidade de padronização da linguagem entre pesquisadores
e clínicos envolvidos em terapia da Distrofia Muscular de Duchenne 

Inglaterra – O Dr. Vitor Dubowitz, especializado em doenças neuromusculares, tem uma preocupação muito grande com a divulgação de informações sobre distrofia muscular por pesquisadores. Ele acha que os termos empregados não são adequados e não condizem com a realidade das pesquisas. Os animais com distrofia tem a mesma alteração genética mas não tem os mesmos sintomas que os pacientes e nem sempre uma terapêutica eficiente no laborátorio poderá ser transposta para a clínica. Neste artigo ele analisa a necessidade de padronização entre clínicos e pesquisadores e cuidado na informação dos resultados experimentais. O resumo do artigo em inglês poderá ser lido aqui.

França bane a clonagem mas permite o uso de embriões
França – Decisão desta semana do parlamento francês bane a clonagem que passa a ser crime. No entanto, por um período de 5 anos os cientistas poderão utilizar legalmente os embriões remanescentes nas clínicas de fertilização. Após 5 anos de pesquisas os parlamentares irão reavaliar está lei e dependendo dos resultados poderão liberar definitivamente o uso de células tronco com fins terapêuticos.

Análise da função cardíaca em 5 anos de acompanhamento de pacientes com distrofia muscular
Japão – Vinte e oito meninos foram incluídos neste estudo de avaliação da função cardíaca (idade de início de acompanhamento de 19,1+ 7,4 anos). Eles utilizaram um mapeamento cardíaco sofisticado, que mede a função das células musculares cardíacas. O final do estudo foi o momento que os pacientes apresentaram insuficiência cardíaca (13 pacientes). Através deste exame pode-se observar que as alterações do septo do coração foram relacionadas com o aparecimento da insuficiência cardíaca. Este exame ainda não é disponível para estudos clínicos visto que seu preço é extremamente elevado.

Wyeth está testando um inibidor de miostatina 
USA – O laboratório Wyeth divulgou que iniciou testes em pessoas não portadoras de distrofia com o myo-29, um anticorpo monoclonal que inibe a miostatina. A miostatina é uma proteína intracelular que inibe o crescimento dos músculos. O objetivo destes testes é observar se o uso deste anticorpo é seguro e promove aumento da massa muscular. Dependendo dos resultados o myo-29 será testado em portadores de distrofia muscular. O próprio laboratório avisa que há um longo caminho até os resultados finais com esta droga. A princípio acreditá-se que este tratamento seria paliativo para aumentar a força muscular até um tratamento definitivo.

As informações aqui registradas foram obtidas em vários sites na Internet, e sua maioria se destina a profissionais da área da saúde. E atenção: as pesquisas acima relatadas não podem ser aplicadas de imediato no seu uso clínico. Faz-se necessário um prazo de cerca de 5 anos, após o sucesso do trabalho experimental, para a sua aplicação (outras informações no site http://www.distrofiamuscular
.net



3 de julho de 2006 Camila SalesNotícias

Como médica neurologista adoraria poder prescrever um tratamento definitivo para inúmeras situações com as quais me deparo na minha prática clínica. O uso de células tronco e a terapia gênica, são possibilidades ainda remotas para satisfazer este desejo.

A globalização da informação democratiza o saber. No entanto, a visão superficial ou sensacionalista muitas vezes usadas na veiculação de matérias médicas nos meios de comunicação leigos, compromete o entendimento destas questões. Isto vem ocorrendo particularmente no que se refere à pesquisa com células-tronco.

As células-tronco são células que têm o potencial de se tornarem células específicas de diferentes tecidos (diferenciação). Essas células são encontradas na medula óssea, no fígado e em outras partes do organismo humano adulto, até mesmo no cérebro. Chamadas de células-tronco somáticas e são responsáveis pela renovação de nossos tecidos, sendo capazes de produzir vários tipos de células. São encontradas também no cordão umbilical de recém-nascidos. No entanto parecem ser as células-tronco embrionárias, que são obtidas por fertilização in vitro e doadas com autorização de seus genitores, as que têm o maior potencial de diferenciação e de mais fácil crescimento em ambiente de laboratório. São estas últimas que geram uma maior polêmica, abrangendo diferentes segmentos da sociedade.

Aspectos religiosos, aspectos econômicos, aspectos éticos e legais estão envolvidos quando se pretende utilizar um material para pesquisa que possa colocar em risco a vida de outro ser humano. Não existe consenso sobre uma definição científica e jurídica do início da vida. Um bem social, potencialmente útil para muitas pessoas que sofrem de doenças hoje incuráveis, pode se sobrepor ao de um indivíduo. Ou seja, os meios justificam os fins? A justificativa da necessidade de desenvolver novas terapêuticas está acima da vida dos embriões? Estas questões precisam de reflexão e definição e as regras precisam ser elaboradas para que não sejam despertados nem interesse econômico e nem práticas fora dos limites da moral e ética. Isto depende da discussão dos diferentes segmentos envolvidos. Tal já vem sendo feito há alguns anos em outros países. Austrália, Reino Unido, França e Estados Unidos estão entre os países que tem regras definidas para pesquisa com células embrionárias.

Podemos considerar até a 12ª semana do concepto como embrião que a partir desta, passa a ser chamado feto, um ser vivo que se estende até o seu nascimento quando então, o mesmo é promovido a recém nato. No Brasil, aborto é crime, sendo certo que todos os estudiosos da matéria apontam o concepto como sujeito passivo (vítima) do crime. A vida humana como bem jurídico protegido tanto no crime de aborto como no de homicídio, qualifica o ser humano antes de recém-nascido como pessoa. No caso da pesquisa com células-tronco embrionárias não se retira o embrião que está no útero materno, se obtém as células embrionárias pela fecundação realizada em tubo de ensaio. Células embrionárias desta forma seriam equivalentes a um ser humano? Não há resposta para tal pergunta na ciência, daí a necessidade de debate.

Uma vez permitida este tipo de pesquisa, vários estágios têm que ser alcançados antes que se possa ter a realidade do tratamento. Células nervosas conseguem ser obtidas a partir de células-tronco tratadas quimicamente e implantadas em cérebro e medula (células nervosas existentes dentro da coluna) de animais de experimentação, como se fosse um transplante. Mas, apesar do avanço, os pesquisadores dizem que ainda há um longo caminho pela frente antes que as células-tronco possam ser usadas para tratamentos nos seres humanos. Serão estas em número suficiente para toda uma vida? A sobrevida das células-tronco implantadas será a mesma das naturais? Caso não sejam células-tronco somáticas do próprio indivíduo como será possível evitar a rejeição das células transplantadas? Terão elas o mesmo funcionamento das células nervosas normai s? Serão estas células mais sujeitas que as habituais à transformação em células tumorais?

A divulgação das etapas ainda básicas deste tipo de pesquisa pela imprensa leiga, dissemina a idéia de que o resultado inicial obtido signifique um tratamento já disponível, criando uma falsa expectativa entre pacientes e familiares do uso terapêutico das células-tronco.

Desde 1960 células-tronco somáticas têm sido utilizadas em pesquisa. As células embrionárias começaram a ser estudadas no final da década de noventa, a partir dos procedimentos de fertilização in vitro.Teoricamente poderiam ser usadas no tratamento de doenças degenerativas ou genéticas como o diabetes, o mal de Parkinson, determinadas formas de cegueira e surdez, doenças neuromusculares, repor o músculo do coração após um infarto, reparo da pele em queimados e recuperar um tecido nervoso após um traumatismo.

No Brasil é necessária a mobilização de todos os interessados, médicos, cientistas, pessoas com doenças potencialmente tratáveis por técnicas como a das células-tronco e seus familiares, para despertar em juristas, órgãos que normatizam e fomentam a pesquisa nacional, e políticos no sentido de percorrer o caminho de discussão já trilhado por outros países. Só assim teremos a possibilidade de tentar responder às perguntas ainda existentes e verificar se esta possibilidade teórica de tratamento é viável.

(*) Alexandra Prufer de Queiroz Campos Araújo é neuropediatra
e professora adjunta da UFRJ



Brasil – A Justiça Federal de São Paulo garantiu a um garoto de quatro anos de idade o direito de fazer um transplante de células-tronco de cordão umbilical custeado pelo estado. A liminar que determinou a cirurgia foi mantida pela desembargadora federal Marli Ferreira, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

O teste de compatibilidade do cordão umbilical foi feito em 20 de abril, com resultado positivo. O garoto já está internado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná e seu transplante está marcado para 14 de junho. Ele é portador de uma doença hereditária grave, denominada Anemia de Fanconi. O mal afeta principalmente a medula óssea e reduz a produção de todos os tipos de células sanguíneas do organismo. A única chance de cura definitiva nesses casos é o transplante de células-tronco. Diante disto, os pais do garoto iniciaram uma busca em bancos de medula e cordão umbilical no Brasil e no exterior, ligados ao Ministério da Saúde. Num desses bancos de doadores, nos Estados Unidos, encontraram um cordão com células compatíveis com os dados de Rafael. Representados pelos advogados Magda Aparecida Silva e Jaques Bushatsky, do escritório Advocacia Bushatsky, os pais do menino entraram com processo contra a União pedindo a realização de exame que confirmasse a compatibilidade do cordão umbilical, seu transporte para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná — considerado centro de excelência em tratamentos da doença — e a cirurgia de transplante.

Os pais sustentaram que o garoto vinha se submetendo a transfusões de sangue semanalmente para sobreviver — fato que, além de aumentar o risco de infecções, diminui a possibilidade de cura definitiva. O processo constou de todos os relatórios médicos atestando a veracidade das alegações.

Em primeira instância, a juíza Paula Mantovani Avelino, da 11ª Vara Federal de São Paulo, acolheu o pedido e concedeu liminar aos pais do menino. A União recorreu. Ao examinar o recurso, a desembargadora Marli Ferreira acolheu em parte o pedido da União — para determinar que o estado, o município e o Instituto Nacional do Câncer sejam citados no pólo passivo da ação — e manteve a liminar que determinou o transplante. Marli Ferreira observou que “a concessão da antecipação de tutela pelo d. Juízo agravado foi muito mais lastreada em razões de ordem humanitária, do que jurídicas, com o que andou muito bem S. Exa, pois o centro do direito ainda é o homem em sua dignidade”.

Fonte: www.distrofiamuscular.net



22 de fevereiro de 2006 Camila SalesNotícias

Rome scientists find way to correct genetic fault behind DMD
(ANSA) – Rome, February 20 – Italian scientists say they may have found a way to correct the genetic fault that causes one of the most common forms of muscular dystrophy .

Rome university researchers say they managed to correct defective genes in mice with Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) .

They did this using an ‘antisense RNA’ molecule which, when applied to a defective gene, acts like a ‘band aid’ and heals it .

It is an innovative technique because it seeks to heal faulty genes, rather than replace them with new ones, as researchers have attempted to do in the past .

DMD is a hereditary degenerative disorder characterised by muscle weakness and wasting .

It mainly affects males. The incidence is estimated to be one in 3,500 new-born boys. The onset of the disease comes between two and six years of age. Sufferers usually need a wheelchair by the age of 12 and it is rare for them to survive beyond their early 30s. At the moment there are no medicines that can stop or reverse DMD muscle degeneration, although some therapies can slow it .

The problem with the faulty gene is that it does not produce dystrophin, a protein that helps keep muscle cells strong .

The ‘antisense RNA’, a molecule similar to DNA, has a genetic code that is complementary to that of the defective gene. Carried to the defective gene via a ‘shuttle virus’ injected into the muscle, this makes it possible to cover the fault so the gene produces a protein that is similar to dystrophin .

The alternative protein is a little shorter than dystrophin, but works pretty well .

The Rome University team, led by Irene Bozzoni, said the muscle use and mobility of mice treated in this way improved significantly .

The results of the research will be published in the latest issue of US periodical, Proceedings of the National Academy of Sciences .

http://ansa.it/main/notizie/awnplus/english/news/2006-02-20_9734.html


ACADIM. Todos os direitos reservados.