Cientistas anunciam avanços na tecnologia de células tronco
Dois grupos de pesquisadores, um dos Estados Unidos e outro do Japão, anunciaram recentemente ter obtido progressos na tecnologia de células tronco, com implicações em futuras aplicações terapêuticas.
A utilização das células tronco embrionárias tem sido proposta como um meio de tratar doenças neurodegenerativas como aEsclerose Lateral Amiotrófica (ELA), porque elas presumidamente seriam capazes de se transformar nos váriostipos de células do sistema nervoso.
Para tratar doenças musculares, os pesquisadores dão preferência a usar células que estão em uma etapa dedesenvolvimento um pouco mais à frente quando comparadas a células tronco embrionárias.
Células tronco originárias de pessoas com doenças genéticas, lembra o pesquisador, possuem os mesmos defeitos genéticos que originariamente causaram a doença, e portanto devem ser geneticamente alteradas antes que possam ser usadas para terapias.
A Dra. Irina Klimanskaya e seus colegas da Advanced Cell Technology, uma empresa privada de biotecnologia sediada em Worcester, Massachusetts, USA, anunciou em 23 de agosto passado na edição online do jornal Nature, que eles haviam criado células tronco embrionárias a partir de uma “biópsia”, técnica que teoricamente deixaria o embrião original intacto.
As biópsias embrionárias, que já são utilizadas para diagnosticar anomalias genéticas antes que os embriões sejam implantados no útero materno, remove uma única célula no estágio em que todas são idênticas, normalmente quando o embrião apresenta de oito a dez células.
Até agora a criação de uma nova linhagem de células tronco embrionárias tem requerido a destruição do embrião, o que provocava muita oposição.
Em outra pesquisa o Dr. Kazutoshi Takahashi, da Universidade de Kioto (Japão) e Shinya Yamanaka da Agencia de Ciência e Tecnologia em Kawaguchi (Japão), anunciaram em 25 de agosto passado no jornal “Cell” que haviam obtido sucesso no processo de produzir células que comportam-se de forma muito semelhante a células tronco embrionárias de pele de camundongos.
Levando-se em conta que a diferença entre as células tronco “pluripotentes” (as que podem se transformar em um grande número de tipos diferentes de células ) e as que não são “pluripotentes”, baseia-se na presença ou não de certos genes , eles selecionaram 24 genes candidatos que poderiam ser capazes de produzir as proteínas que induziriam a “pluripotência”.
Desse grupo, escolheram apenas quatro genes e proteínas que seriam capazes de transformar células da pele em “células tronco pluripotentes induzidas”, cultivadas nas corretas condições de laboratório.
Os pesquisadores advertem que não sabem se essa técnica é aplicável a humanos, mas dizem que a descoberta é um importante passo para controlar a pluripotência, o que pode eventualmente levar a criação de células pluripotentes diretamente de células somáticas dos pacientes (células somáticas são aquelas que não são óvulo nem espermatozóide).
Fonte: http://www.mdausa.org/research/061002stem_cell_tech.html